domingo, 31 de agosto de 2008

Construir a Oposição! Chamando a Luta!

Depois dos ataques dos patrões, e das traições da atual diretoria do Sinttel-RS, sindicato dos telefônicos, está na hora de consolidar a oposição à atual gestão:

É preciso fortalecer a oposição ao Sinttel

As empresas de call center Contax e Atento obtiveram lucros bilionários em 2007. Para atingir esta cifra pagam salários cada vez mais baixos e nos tencionam para trabalharmos cada vez mais; eis o segredo do “sucesso” de ambas as empresas. Todos os supervisores e quadros divulgam estes resultados como sendo “nossos”, quando na verdade o resultado verdadeiro só fica nas mãos dos patrões – James Meaney (contax) e Agnaldo Calbucci/Pedro Villar (Atento) – e nas nossas um salário de fome.


Os tele-operadores começam a tomar consciência desta situação e começam a se movimentar, porém, esbarram na direção do sindicato que serve de correia de transmissão dos interesses da patronal e freiam a construção da luta direta. Aceita docilmente as propostas das empresas e cultiva um sindicalismo de conciliação de classes, o que sempre resulta em derrota e desmoralização para os trabalhadores.

NA ATENTO:
A Atento ofereceu aos trabalhadores um ridículo reajuste de 3,5%, que não cobre nem a inflação. A elevação dos salários para o valor do mínimo (R$ 415), na realidade não passa de uma migalha do bolo que não para de crescer. A convocação para a assembléia foi feita apenas em um dia anterior a sua realização, o que impossibilitou uma ampla participação da base. Já a empresa garantiu que algumas pessoas fossem na assembléia para votar em sua proposta. Não houve nenhuma discussão “democrática” anterior, nem consulta, muito menos a conformação de uma contra proposta de aumento real de salários feita pelos trabalhadores.

A assembléia dos trabalhadores da Atento do dia 25 de abril
Quem conseguiu participar dos dois turnos da assembléia (manhã e tarde) pode perceber o jogo duplo cumprido pela direção do Sinttel. Na manhã eles defenderam veladamente a proposta (dizendo que esta não era nenhuma “Brastemp”, mas que era a “melhorzinha” já feita pela Atento) deixando os trabalhadores sem alternativa. O resultado disso foi que dos 89 participantes, 60 votaram na proposta da empresa e 19 contra.


No turno da tarde – como já estava garantida a proposta patronal – o sindicato, frente a presença da oposição, fingiu ser contrário a proposta da empresa sem nenhum compromisso com aquilo que havia defendido na manhã. A oposição participou do evento denunciando o jogo duplo do sindicato e rechaçou a proposta da empresa. A votação, à tarde, foi de 60 votos a favor e 43 contra.


Por fim, acabou vencendo a proposta do patrão. A conclusão que devemos tirar desta experiência é que devemos organizar os trabalhadores para lutar contra a exploração dos patrões, pois a direção do sindicato já demonstrou que não está do nosso lado. Para isso só podemos contar com nós mesmos e com nossas forças. Devemos impulsionar a construção da oposição sindical para travar as lutas que a direção do Sinttel não trava e retomar o sindicato das mãos da burocracia.

NA CONTAX:
O mês de abril ficou marcado para os trabalhadores da contax por alguns eventos importantes: no dia 8, os trabalhadores rechaçaram a proposta da empresa de alterar a forma de pagamento do Vale Transporte e puderam ver, com os próprios olhos, a submissão do sindicato perante a patronal.


Na assembléia do dia 8, a direção do Sinttel demonstrou todo o seu burocratismo e peleguismo, controlando o debate com mãos de ferro, fazendo o possível para negociar com o patrão de portas fechadas, rechaçando a proposta da oposição de organizar uma comissão de base, eleita pelos trabalhadores, para a negociação do acordo coletivo e reajuste salarial. Estenderam a assembléia com discussões secundárias e se recusaram a discutir sobre a organização da paralisação do dia 10, porque na realidade a intenção do sindicato não era construí-la. Mesmo assim, os trabalhadores cansados de sofrerem ataques calados, mostraram sua indignação e obrigaram, pela força da luta, a empresa a recuar, adiando por tempo indeterminado esta discussão. A nossa luta aqui teve reflexos no resto do país, mostrando a força que temos quando estamos unidos.

Nossa luta agora é por aumento de salários
A direção do Sinttel avisou em seu último boletim que não vai iniciar a negociação do reajuste salarial antes de concluir a do PPR. Isso faz com que novamente a data base do reajuste salarial seja adiada. Porém, a necessidade mais básica dos trabalhadores é de aumento salarial, pois a crise mundial do capitalismo está elevando os preços dos alimentos básicos em todo o mundo e a inflação acabando com o nosso poder de compra.


Diante dessa conjuntura não podemos admitir que a direção do Sinttel, adie a data-base num acordo de portas fechadas com a empresa, priorizando a questão do PPR. O que na verdade, é uma barganha da empresa para depois de concedido o PPR negar um aumento real de salários.
Contra as demissões


A contax pretende demitir dezenas de trabalhadores encerrando o setor comercial da NET em Porto Alegre. Enquanto a nossa jornada de trabalho é cada vez maior, com metas progressivamente insuperáveis, a empresa lançará novos trabalhadores na incerteza do desemprego. É preciso organizar a luta para impedir estas demissões e absorver estes trabalhadores para os outros setores da empresa que estão sobrecarregados de trabalho. Sabemos que a direção do Sinttel não aparecerá, pois não fez nada quando centenas de trabalhadores foram demitidos na Atento. Só contamos com a força de nossa luta e com a organização da oposição CHAMANDO A LUTA!

Sinttel e CUT: parceiros do patrão e do governo contra os trabalhadores
A postura do Sinttel não é casual. Reflete o tipo de sindicalismo que defende esta direção, que, por sua vez, é ligada a CUT – defensora do sindicalismo e conciliador. A CUT e o Sinttel defendem e aplicam as reformas neoliberais do governo Lula: Reforma Trabalhista (que acaba com direitos históricos: férias, licença maternidade, 13º salário), Reforma Sindical (que mantém as decisões da categoria na cúpula sindical) e Reforma da Previdência (que aumenta a idade mínima para aposentadoria). Todas estas reformas são exigências do capitalismo para continuar explorando e superar suas crises permanentes. É preciso romper com a CUT e construir a oposição Chamando a Luta e também a Conlutas, para fortalecer a luta contra o governismo e as reformas. Entre em contato: chamandoaluta@gmail.com

LEIA, DIVULGUE E PASSE O ENDEREÇO DO BLOG AOS SEUS COLEGAS!