sábado, 22 de agosto de 2009

Governo Yeda, CUT e diretoria do Sinttel juntos iludindo os telefônicos sobre o novo piso salarial

Recentemente – no Jornal “O parceiro” do patrão, Nº39 – a direção do Sinttel trouxe uma reportagem de capa que afirmava que a “categoria dos telefônicos” foi “incluída no piso regional gaúcho”. Em seguida faz uma festa por mais esta “conquista dos trabalhadores telefônicos”, numa demagogia profundamente cínica. Esta suposta “conquista” veio através do parlamento gaúcho, onde impera a politicagem e os interesses da classe dominante. Além disso, faz propaganda política para o deputado petista Adão Villaverde, dizendo que este “buscava a inclusão de nossa categoria no nível máximo do piso regional”.

Pra piorar, quem sancionou a lei foi o reacionário governo Yeda, cuja direção do Sinttel diz fazer oposição. Toda a corja do governo Yeda participou da demagogia, desde a própria governadora, até o Chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel (PSDB), passando pela base aliada, com o deputado João Fischer do PP. Partidos publicamente reconhecidos pelos serviços prestados à burguesia contra os trabalhadores, o que lhe rende um desgaste na opinião pública como a fábrica de “más notícias”. Pode-se ver, a partir desses fatos, a credibilidade dos líderes do movimento “Fora Yeda”. Em editorial escrito para a ZH de 28 de julho, Adão Villaverde – o acolhedor da proposta do Sinttel – escreve que o governo Yeda “é a expressão de um governo sem rumo e desorientado”. Em público, o movimento “Fora Yeda”, liderado por PT e CUT (e apoiado pelo Sinttel), faz um estardalhaço para desgastar o governo e, para as bases de seus movimentos, apresentam um santificado governo que aprova um novo “piso salarial” após “3 anos de tentativas frustradas” (O parceiro do patrão, Nº39). A partir dessas análises, dá para acreditar num voto parlamentar de um governo burguês a favor dos trabalhadores? O que é isso senão uma tentativa descarada de iludir os trabalhadores com o próprio jogo parlamentar? É por isso que afirmamos: a reportagem do jornal não passa de mais uma demagogia da direção sindical para ganhar credibilidade na base dos trabalhadores.

Conquista ou demagogia?
Essa noção de “conquista” apresentada pelo Jornal deseduca os trabalhadores sindicalmente. Os acostuma a esperar pela politicagem burguesa no seio dos parlamentos, como se os escândalos de corrupção dessas instituições não deixassem bem claros para quem governam. As conquistas só são possíveis a partir da organização, da consciência e da luta dos trabalhadores. Tudo o que a diretoria do Sinttel teme à morte, como foi o caso da assembléia da Contax em 23 de julho de 2009.

Logo após a tão exaltada “conquista”, vemos a demagogia explícita e acabada: “Cabe agora a nós fiscalizarmos para que esta decisão seja cumprida pelas empresas do setor” (O parceiro do patrão, Nº39). O que isso significa senão que a aprovação da lei não quer dizer nada no concreto? Isso só pode significar a velha espera interminável que “pode vir” ou, o mais certo, que não virá. Desta direção, que é tão acomodada ao seu sindicalismo de conciliação e de “faz de conta”, só podemos concluir que realmente não virá! O jornal serve unicamente para propagandear uma ilusão, uma falsidade, pois não serve nem para dizer como fiscalizar para que a decisão seja cumprida? De quê depende? Sobre isso não há uma única palavra.

O fato é que, mesmo que a lei tenha sido “aprovada”, ela passa por um longo caminho burocrático antes de ser colocada em prática, o que inclui recursos da própria patronal contra a aplicação da lei. Portanto, não há data prevista e nenhuma “conquista”. Até por que, se essa lei for colocada em prática, ela só entrará em vigor, possivelmente, no ano que vem, o que significa que a inflação vai corroer o poder de compra e, até lá, os R$523 serão tão miseráveis quanto hoje. No nosso entender, conquista é dinheiro no bolso, coisa que com a mísera aprovação da lei, não quer dizer nada. E, portanto, só se propagandeia após o dinheiro estar no bolso dos trabalhadores.

O capitalismo em decomposição e a concessão de aumentos salariais
Compreendemos que aumento do piso salarial no capitalismo em decomposição só pode ser demagogia, pois tudo o que concede com uma mão, retira em dobro pela inflação, aluguel, passagem, custo de vida. A direção do Sinttel não pode denunciar isso, pois seu sindicalismo conciliador não se enfrenta com o capitalismo, a não ser em palavras ditas ao vento. Pelo contrário, a direção do Sinttel está muito satisfeita com o capitalismo, pois ganha seus honorários. Por isso, ela entra no jogo viciado da politicagem burguesa e diz que os trabalhadores “conquistaram alguma coisa”, quando na realidade não conquistaram nada.

Como dizia Marx: “os trabalhadores não devem iludir-se quanto ao resultado final destas lutas cotidianas [aumento salarial, por exemplo]. Que não se esqueçam: estão combatendo os efeitos, e não as causas; eles retardam a queda, mas não mudam a direção; eles aplicam paliativos, mas não curam a doença. Que tomem cuidado em não se deixar levar inteiramente por estas escaramuças inevitáveis provocadas por cada nova usurpação do capital. (...) É importante que lhes apaguem de sua bandeira esta divisa conservadora: ‘um salário justo por uma jornada justa’, e inscrevam a palavra de ordem revolucionária: ‘Abolição do trabalho assalariado’” (Karl Marx; da obra: Salário, preço e lucro).

domingo, 2 de agosto de 2009

Contax: Informe da assembléia do dia 23/07

A assembléia dos trabalhadores da Contax que ocorreu dia 23/07 foi construída pela oposição à direção do Sinttel, Chamando à Luta. A oposição fez um abaixo-assinado impulsionado pelos trabalhadores da Contax, que contou com mais de 450 assinaturas, reivindicando a anulação da votação ocorrida em frente a empresa que o sindicato chamou de “assembléia”.

Os senhores sindicalistas se comprometeram a acatar a vontade dos trabalhadores. Mas isso foi só da boca para fora, o abaixo-assinado estava bem claro e expunha toda a pauta que foi construída pela base de trabalhadores da Contax. O sindicato sem o mínimo de respeito mudou a pauta e chamou a assembléia de informativa.

Durante os dias anteriores à assembléia, o sindicato esteve em frente a empresa convocando 2 vezes apenas, enquanto à oposição esteve presente 5 vezes. O trabalho de divulgação foi árduo, já que não contou em nada com o apoio do sindicato, visto que as militantes da Oposição cumpriam sua jornada de trabalho na Contax e após assumiam a 2º jornada para divulgação da assembléia, enquanto que os dirigentes do sindicato são liberados do trabalho e são pagos somente para cumprirem tarefas pertinentes à questão sindical.

O nosso material (panfletos, abaixo – assinado e alguns textos), foi feito com o dinheiro dos próprios teleoperadores. Enquanto eles contaram com todo o aparato do sindicato e fizeram um mísero panfleto que mais confundia do que esclarecia.

Mas a mais clara demonstração de que essa direção quer boicotar a organização e a luta dos trabalhadores foi durante a própria assembléia, que não teve nenhuma democracia. Os burocratas impediram os trabalhadores de votar em uma contraproposta à do patrão, afirmaram que a assembléia era apenas informativa que não decidiria nada. E além de impedir os trabalhadores de votarem, impediram também de falar, chegaram a desligar o microfone no momento da fala de uma colega da Oposição. Deixaram claro seu desinteresse pelas reivindicações dos trabalhadores e se ativeram a fazer acusações de cunho pessoal aos trabalhadores e quase agrediram uma trabalhadora.

Nós, da Oposição, lutamos pela construção dessa assembléia para organizar conjuntamente com a base a formulação de uma proposta que unificasse os trabalhadores para mobilizar os demais colegas para lutar contra o congelamento dos salários, para estendermos o direito do plano de saúde aos dependentes, para que as mães trabalhadoras conseguissem pagar uma creche para deixar seus filhos durante a jornada, e outras tantas bandeiras justas.

A direção do Sinttel atuou para frear qualquer mobilização e desorganizar os trabalhadores, afirmaram que levariam a proposta dos trabalhadores, mas a principal reivindicação se negou a acatar: uma comissão de trabalhadores da Contax para acompanhar a negociação com a patronal. Só isso poderia garantir que nossas propostas fossem levadas ao patrão e que nosso Acordo Coletivo de Trabalho não fosse vendido pelos sindicalistas pelegos.

Abaixo enviamos nosso balanço sobre a assembléia e propostas para manter e avançar a luta dos trabalhadores.

Assembléia da Contax do dia 23/07 aponta a necessidade de destituir a direção burocrática do Sinttel

A nova assembléia da Contax, que ocorreu no dia 23 em função de um abaixo assinado organizado pela Oposição, mostrou aos presentes o papel nefasto cumprido pela direção do Sinttel. A prática é o critério da verdade. Não foi por simples panfleto da Oposição que os trabalhadores tomaram conhecimento das traições desta direção. Quem participou pôde ver com os próprios olhos o serviço prestado por estes burocratas ao patrão. Estes funcionários carreiristas estendem um tapete vermelho aos diretores da empresa e são truculentos contra os trabalhadores organizados.

Mas nessa vida nada é por acaso. Por trás dessa truculência existem fatores “sombrios” que os trabalhadores precisam tomar consciência. Vejamos o que está escondido em cada frase contraditória destes dirigentes, bem como dos seus métodos.

a) Democracia sindical, pauta de reivindicações e comissão de base: segundo os Srs. dirigentes, esta assembléia não votaria nada, apenas discutiria. Nem mesmo a ditadura militar pensaria em melhores desculpas. Onde já se viu uma assembléia, um organismo de trabalhadores, em que não há votação? Com estes métodos os burocratas do Sinttel ultrapassaram todos os limites do tolerável. Desta forma buscam conter o descontentamento dos trabalhadores, cumprindo o papel de cães de guarda da direção da empresa. Frente a rebelião dos trabalhadores, quando estes subiram ao palco para impor a fala dos camaradas da Oposição, um dos dirigentes do sindicato teve a cara de pau de afirmar que isso não era democracia. Mas o que seria democracia para ele? Não poder votar? Não ter direito a fala? Vindo dos lábios desses pelegos, a palavra “democracia” não passa de usurpação e cinismo.

Desde o início os burocratas resistiram a definição de tempo para as falas, esperando, com isso, fugir do controle da base e manter suas intervenções perpétuas. Após longas e infindáveis falas de abertura, na tentativa de cansar e levar a exaustão os trabalhadores, sendo simultaneamente xingados pelos presentes, os dirigentes abriram (muito a contragosto) as falas. Na primeira fala os dirigentes foram denunciados pela truculência da condução da assembléia e não tardaram em abafar a intervenção.

Alguns presentes se perguntaram: mas por que esta truculência, esta falta da democracia mais básica e elementar? Porque a direção do Sindicato não pode assumir oficialmente outra proposta de negociação que não seja a previamente acordada com a direção da empresa. Para um dos burocratas, a pauta de reivindicações levada pelos trabalhadores era uma “utopia”. Para estes pelegos, tudo o que não seja as migalhas oferecidas pela patronal mediante às negociações secretas é “utopia”.

Mesmo com esta demonstração de descaso com os trabalhadores, outros presentes nos questionaram: então por que eles aceitaram integralmente a pauta de reivindicações e afirmaram que ela seria incorporada? Isto não passa de uma manobra, de uma aceitação pública para renegá-la logo em seguida, às escondidas. O burocrata mais “experiente”, deu a desculpa de que a negociação é nacional. Mas o que isso importa? A assembléia deveria ser soberana e propor a nível nacional o que decidir democraticamente os trabalhadores. Somar a nossa pauta com a dos demais trabalhadores e mostrar que existe um outro caminho. Na concepção desses dirigentes sindicais vendidos, não é a empresa e a direção sindical que devem se enquadrar à proposta dos trabalhadores, mas os trabalhadores que devem se enquadrar na proposta da burocracia e do patrão.

Por fim, objetamos que nem toda a pauta de reivindicações foi aceita pelos burocratas. A última reivindicação e a mais importante não foi aceita: uma comissão de base, eleita pela assembléia, para acompanhar a negociação com a patronal e assegurar que a pauta seria realmente garantida. Mas a isso, novamente, os lacaios da burguesia se opuseram desesperadamente. Eles não podem aceitar uma medida que, sem sombra de dúvidas, acabaria com a negociata de bastidores, escondida à portas fechadas, onde uma mão lava a outra. No auge do seu desespero estes pelegos apresentaram mil leis e cláusulas que eles tiraram do estatuto e da legislação que só eles conhecem e tem acesso. Mesmo que houvessem tais leis, a assembléia é soberana e poderia decidir pela criação da comissão de base e pelo acompanhamento das negociações. Se a direção fosse honesta e tivesse o mínimo de vontade política, poderia colocar em prática a comissão. Mas entregar as negociatas sujas é algo que, decididamente, estes traidores não estão interessados em fazer.

b) Greve e paralisação: para disfarçar seu peleguismo e sua conciliação de classes, a direção burocrática, após romper com a tradição do movimento operário de democracia e soberania das assembléias, decide apelar para as greves e paralisações. Tudo, é claro, “para inglês ver”. Se promete tudo para não se fazer nada. A proposta de greve e paralisação é mais uma mentira cínica destes senhores burocratas, que não desejam nada mais do que passar um verniz de “esquerda” nas suas respectivas caras de pau.

Pelo que se faria uma greve ou paralisação? Qual assembléia, de forma democrática e soberana, votou os métodos, a data e a construção da greve? Esta assembléia é que não foi. Se, supostamente, a greve for para exigir a pauta de reivindicações, qual será a comissão de base que acompanhará a direção nas negociações de greve para saber se a diretoria não vai trair descaradamente o movimento grevista? Enquanto a direção do Sinttel não responder a estas perguntas, sua proposta de greve não passará de uma mentira deslavada, que pretende desgastar a idéia de greve e jogar trabalhador contra trabalhador. Se a orientação da greve é errada, ou seja, se proclamamos uma política de ascenso num momento de refluxo, e vice-versa, é inevitável que os trabalhadores sintam uma pressão mecânica que se está exercendo sobre eles. A partir daí não só não se colocam em movimento, como caem numa frustrante confusão, que encontra no colega ao lado o culpado de “não parar”, quando na realidade os culpados encontram-se, confortavelmente, sentados nas poltronas das diretorias do sindicato. Hoje não existem as condições objetivas para uma greve. Elas precisam se desenvolver e encontrar apoio para se desenvolver na diretoria do sindicato. Mas isso não é o caso. Por que além do patrão, a direção do nosso sindicato também é uma ferrenha adversária das greves. Precisamos plantar a semente das greves nos operadores. Mas para que elas germinem, é preciso arrancar as ervas daninhas da direção do Sindicato. Precisamos construir uma nova vanguarda de trabalhadores comprometida com o programa revolucionário e, que além de lutar contra a patronal, lute contra a burocracia nos sindicatos.

c) Quem usa o movimento sindical como moeda de troca para as eleições burguesas? As mentiras dos pelegos continuaram sem cessar e chegaram ao cúmulo quando acusaram uma camarada da Oposição de querer se eleger como vereadora. Deixemos que os burocratas do sindicato e seus amigos atuem disfarçados. Nós, revolucionários, atuamos abertamente diante dos trabalhadores. Nunca escondemos que na Oposição atuam organizações políticas e ativistas independentes. Contudo, todos sabem da trajetória desta camarada da Oposição, que inclusive chamou voto nulo nas eleições burguesas de 2008. Quem se esconde por debaixo de um discurso anti-partido e de intrigas desprezíveis como esta só pode estar escondendo algo muito maior. O burocrata Sênior da diretoria do Sinttel, que está há 30 anos traindo os trabalhadores, faz parte da corrente de Lula, articulação sindical, que faz parte do PT. Além disso, faz parte da direção estadual da CUT. O PT e a CUT são conhecidos por se utilizarem do movimento sindical que dirigem como moeda de troca para eleger parlamentares. Não é a toa que o presidente do sindicato, bem como seus sócios menores, estão sempre nos meios oficiais do parlamento gaúcho e do Congresso Nacional. Estão infectados pelo germe da democracia burguesa. Fazem parte do teatro do Senado e da Câmara de deputados, aprendendo perfeitamente como se utilizar dos “atos secretos”. Ao contrário do que dizem sobre a camarada da Oposição, foram estes degenerados burocratas que apoiaram a candidata a vereadora Ariane, do PT, inclusive financeira e politicamente. Caída as máscaras, os reis estão nus.
Estes pelegos são obrigados a abafar e confundir a questão com distorções como esta para esconder o verdadeiro centro da questão: a negociação do acordo coletivo de trabalho com a patronal pelas costas dos trabalhadores.

d) À violência da burocracia se responde com violência revolucionária: alguns colegas trabalhadores acham que fizemos errado em subir no palco e garantir pela força a fala dos companheiros. Outros, que não participaram da assembléia, mas que ficaram sabendo do ocorrido por terceiros, ou mesmo pela diretoria do sindicato, podem acreditar que se tratou de uma agressão da nossa parte. Mas a realidade não é assim. Os explorados e oprimidos já são excluídos de todas as instâncias da sociedade capitalista: Congresso nacional, parlamentos estaduais, mídia, às vezes do próprio direito à educação. As assembléias sindicais deveriam ser o momento em que o trabalhador encontra-se com os seus irmãos de classe, os seus iguais, explorados por um sistema bárbaro e opressor. Ao negar o direito a fala e votação – ou seja, de qualquer resquício de democracia – a diretoria do sindicato usurpou o direito dos trabalhadores, tirou a sua voz soberana. Substitui, burocraticamente, o direito elementar dos trabalhadores pela voz renitente dos pelegos sindicais, que nada mais são do que ecos das vozes maiores, isto é, da burguesia.

A violência dos trabalhadores não é violência, é justiça. É a garantia concreta de seus direitos; é a certeza de que sua voz será ouvida por uma sociedade que não está interessada em ouvi-la, mas apenas em obrigá-la a trabalhar até a morte, como burro de carga. A toda ação, existe uma reação. À truculência da direção do sindicato, os trabalhadores responderam com a violência revolucionária e garantiram a fala da base, dos explorados. É um processo que trouxe muitas contradições e confusões para a cabeça dos presentes, mas que precisa ser bem entendida. Só há democracia quando a vontade da maioria é respeitada. E, naquela assembléia, a maioria esmagadora estava tendo o direito negado pela força dos autofalantes. Nada mais justo do que fazer o inverso. A força da maioria traduziu-se na imposição de seus interesses, que foram novamente sabotados porque a diretoria suspendeu a assembléia. Novamente um método truculento e de imposição pela força.

Porém, temendo os trabalhadores como o diabo teme a cruz, os burocratas sindicais não abdicarão dos seus privilégios frente a tomada de consciência dos trabalhadores de que nós somos a maioria, e de que o sindicato é nosso e não deles. Para garantir os privilégios, em muitas oportunidades estes senhores poderão usar a força mínima contra nós (o caso desta assembléia), ou mesmo a força bruta (seguranças armados). Nesta perspectiva, é preciso ter em mente a autodefesa dos trabalhadores. Esta é a única forma de garantir a democracia dos explorados contra a truculência e a violência organizada da burocracia privilegiada.

e) A necessidade urgente de uma nova direção para o Sindicato: além de conhecer o verdadeiro rosto traidor de cada dirigente sindical, a assembléia apontou a necessidade de destituir a direção sindical e colocar uma nova em seu lugar, que seja revolucionária, democrática, com novos métodos. O primeiro passo para isso é fortalecer a Oposição como uma força paralela, construir comitês por empresa que sejam a autêntica representação dos trabalhadores. É preciso criar o duplo poder para desmerecer uma direção que tem estes métodos e vive de joelhos perante a patronal. É preciso criar uma rede de ativistas que divulguem panfletos, materiais e que coloquem em prática tais idéias, a ponto de sermos uma força viva que consiga resistir a pressão cotidiana do capital. Os trabalhadores que se identificam com estas posições podem e devem participar das reuniões que ocorrem todos os meses. Podemos pressionar a direção do sindicato por dentro e por fora também, nunca perdendo de vista que o nosso chão é a luta direta, independente dos patrões, do governo e do Estado burguês.

Hoje, talvez as condições objetivas para a destituição imediata desta direção não estejam colocadas, mas o fortalecimento da Oposição e da luta dos explorados tende a abrir o período em que isto se colocará efetivamente. Devemos estar preparados desde já para não sermos pegos de surpresa.