segunda-feira, 25 de maio de 2009

As lições da assembléia do PLR da Atento

Passado a assembléia que decidiu pela aprovação do PLR é necessário um balanço. Não podemos aceitar como “natural” a vitória da patronal nos acordos coletivos miseráveis e a derrota dos trabalhadores que serve apenas para aprofundar sua passividade. Precisamos encontrar as explicações desta derrota para compreendê-la e não voltar a errar. Os fatos, aparentemente isolados e desconexos, explicam os motivos da vitória do “sim” sobre o “não”. Vamos estudá-los:

1) Sobre a negociação do PLR: os sindicatos atuais estão ligados diretamente ao Estado e, por conseqüência, ao patrão. A negociação do PLR comprova o quanto isso é verdadeiro. A direção do nosso sindicato servirá de exemplo para demonstrar como funciona o sindicalismo conciliador que impera na maioria dos sindicatos. As negociações entre a patronal e os sindicatos é realizada anteriormente a qualquer discussão com os trabalhadores. Não há assembléia de base para analisar os resultados das empresas, nem contra proposta para ser levada à mesa de negociação. Muito pelo contrário. A patronal sente-se livre para propor o índice que melhor lhe convier. As propostas sempre beneficiam a empresa, que propõem reajustes abaixo da inflação.

Depois desta negociação de fachada, a direção do sindicato chama uma assembléia para referendar uma decisão já tomada nos bastidores. Convoca a assembléia, geralmente, em cima da data, apresentando números confusos, abstratos, que o trabalhador não compreende. Aí fica fácil passar com tranqüilidade a proposta do patrão. Depois de aprovado a esmola, o sentimento de indignação não encontra o alvo certo. A empresa e o sindicato aparecem como “anjinhos”, que “fizeram sua parte”: uma apresentando a proposta e o outro por consultar os trabalhadores. Os trabalhadores mais combativos que comparecem a assembléia acham que os colegas são os culpados. Daí vem as expressões: “ninguém participa”, “ninguém vai parar”, “ninguém quer fazer nada”. Ainda que seja importantíssima a ampla participação, os principais responsáveis pela desorientação e pela derrota dos trabalhadores é a direção do sindicato. É ela que negocia pelas costas; é ela que não mobiliza os trabalhadores; é ela que não esclarece os trabalhadores das reais intenções da empresa. Isso tem uma explicação: a direção do sindicato quer manter seus privilégios sindicais (aparato sindical: carros, computadores, telefones, contribuição sindical, etc.) que deveriam ser utilizados para a luta e organização dos trabalhadores, e não os utiliza para se enfrentar com a patronal; é isso o que explica a sua aversão a qualquer tipo de mobilização da base. O resultado é sempre a nossa derrota.

2) Sobre o voto de cabresto: aliada da direção do sindicato e em perfeita sintonia com ela, está a diretoria da empresa. Na assembléia do dia 27 de abril ficou visível para quem quiser ver. Os dirigentes sindicais recebiam ligações da empresa avisando que um grupo de operadores havia sido dispensado para a assembléia. Assim se sucedeu diversas vezes. Estes trabalhadores “liberados” pela empresa para participar da assembléia eram aqueles que iam tutorados pelos supervisores e gestores para votar na proposta da empresa. Isto é o que chamamos de “voto de cabresto”. A empresa só libera aqueles que geralmente são “controlados” pela empresa. Antes, durante e depois recebem inúmeros feedbacks que servem para preparar ideologicamente estes trabalhadores para votar no “sim”. A mentira, a persuasão, a promessa de um PLR “inesquecível e bom” correm soltos. Os mais desavisados acreditam.

Durante a assembléia a direção do sindicato faz um teatro: “aqui são os trabalhadores que decidem”. Por trás desta frase “democrática” está o apoio velado à proposta da empresa. A direção do sindicato sabe que os participantes da assembléia são trabalhadores levados pela empresa e selecionados conforme o método do “voto de cabresto”. Por sua vez, os dirigentes do sindicato não fizeram o mínimo de esforço para levar um trabalhador “independente” para a assembléia. Portanto, ao saber que os trabalhadores presentes – sobretudo os operadores da Vivo – estão ideologicamente doutrinados para votar no sim, sua suposta “neutralidade” se converte na mais pura e deslavada traição aos interesses dos trabalhadores.

3) Sobre a participação na assembléia: a maior parte dos presentes foi “liberado” pela empresa. Na manhã foi um pequeno contingente. Mas na iminência de perder a votação (visto que o resultado da manhã foi de 28 pelo “sim” e 21 pelo “não”) a empresa liberou seus setores mais bem pagos, que teriam um PLR bem diferente dos operadores mais precarizados. São eles, em primeiríssimo lugar, os supervisores em todas as gradações (gestores, multiplicadores, etc.), que teriam um PLR de R$1.000 ou mais, bem diferente dos R$130,00 dos demais operadores. Daí vem a explicação do entusiasmo dos supervisores em nos fazer aceitar uma esmola. Em segundo lugar vem a diferença salarial entre os setores da empresa, o que serve, na prática, para jogar trabalhador contra trabalhador. O fato de uma operação ter um salário maior faz com que ela receba proporcionalmente um PLR maior (é isso o que explica a opção da empresa em liberar a operação da Vivo, que recebe um salário maior que a operação do Terra, que é a maioria). Em terceiro lugar se destaca o método da participação na assembléia que deveria ser somente de trabalhadores. A direção do sindicato reconhece como “trabalhador” os supervisores, multiplicadores e gestores. Estes setores não atendem cotidianamente, recebem melhores salários, tem a função de capatazes da empresa. Por sua função se afastam da nossa classe e se aproximam da patronal. Nós, da Oposição, denunciamos este método de organizar a assembléia e conclamamos a todos os trabalhadores que não aceitem mais a participação daqueles que tem como função nos oprimir e garantir o lucro do patrão.

4) Conclusões deste breve balanço: alertamos a todos os trabalhadores, através deste balanço, para que não se curvem perante as dificuldades. Levantem a cabeça, deixem de crer na força de nosso opressor. Nós somos maioria. Uma participação organizada e massiva poderia garantir a derrota da esmola da empresa, da própria empresa e da direção do sindicato. Seríamos muito mais poderosos do que todo o exército de supervisores e dos operadores “persuadidos” que preferem aceitar as migalhas imediatas. Esta é a principal lição da assembléia. Para as próximas assembléias e atividades devemos nos organizar para participar massivamente. Fiquem ligados na convocação da Oposição pelo blog, e-mail e panfletos.
Por fim, reforçamos a denúncia da direção do sindicato, que é a “grande organizadora de derrotas”. Enquanto esta direção ocupar o posto dirigente no nosso sindicato, será difícil lutar de forma conseqüente contra o patrão. Esta experiência nos comprova o seu papel lamentável. Estamos certo de que, apesar dos pesares, os operadores já começam a tomar consciência do seu verdadeiro papel.

domingo, 24 de maio de 2009

Socialismo é sinônimo de ditadura?

Durante toda a década de 90 e, sobretudo, após o fim da União Soviética, a burguesia organizou uma propaganda de massas que afirmava que o socialismo é sinônimo de ditadura. Desde então, a classe dominante transformou o discurso da "democracia" em um ente abstrato, como se ela fosse um sistema econômico à parte, o que serve, disfarçadamente, para defender o próprio capitalismo, pois não existe "ditadura" e "democracia" no abstrato. Cada regime tem um caráter de classe. No nosso caso, vivemos na democracia burguesa, ou seja, ampla liberdade para a burguesia e ditadura sobre os trabalhadores.
Para embasarem suas teorias, os publicitários da burguesia citam os regimes "totalitários" da União Soviética, de Cuba, da China, da Coréia do Norte, etc. Contudo, é preciso que se diga que nestes países não existiu "socialismo", mas estados em transição cheio de contradições, carregados de pesada herança do passado e, além disso, sob a pressão inimiga dos estados capitalistas. Sem falar nos governos burocráticos e anti-marxistas que estavam no poder. Os erros e defeitos destes estados operários, que são arbitrariamente relembrados pelos defensores do capital, foram frutos de uma realidade concreta. Não quer dizer que o socialismo representa o passado ou é sinônimo de ditadura burocrática. A burguesia e seus representantes ignoram os fatos históricos; e o fazem propositalmente.

Em sua análise, a burguesia omite que, apesar de todas as suas contradições burocráticas e erros, estas sociedades em transição conseguiram avanços muito importantes em áreas fundamentais, como saúde, educação, habitação e emprego. Mesmo nos países capitalistas desenvolvidos o desemprego nunca foi liquidado. Na União Soviética, por exemplo, se chegou muito próximo de consegui-lo. O desemprego é uma das mais básicas demonstrações de falta de democracia econômica em uma sociedade. A nova crise capitalista demonstra que é o capitalismo que representa o passado, a barbárie, as demissões, as contradições de classe. O socialismo representa o futuro: a coletivização dos meios de produção, o fim das desigualdades, o fim do desemprego.

A ditadura existente hoje: a ditadura do capital
Toda esta mentira homérica contra o socialismo, feita e produzida em "escala industrial" pela mídia, serve para blindar e esconder a verdadeira ditadura que vivemos: a ditadura do capital. Ao contrário do que dizem os propagandistas burgueses, o capital convive muito bem com as ditaduras políticas e inclusive, em alguns casos, depende diretamente dela. Foi assim com o fascismo e o nazismo na Europa e com as ditaduras militares na América Latina; é assim nas ditaduras dos países da África e dos magnatas do petróleo no Oriente Médio. Todas elas ditaduras financiadas pelo grande capital!

Contudo, mesmo a sociedade "democrática" atual é uma ditadura disfarçada. Somente há "democracia" para a burguesia e seus representantes, que possuem liberdade econômica para explorar o trabalho de milhões de homens, que podem burlar as próprias leis que ditam, que podem controlar os meios de comunicação e de repressão para intimidar e esmagar as greves e os movimentos sociais. As "instituições democráticas", como o Congresso Nacional, servem de base para as grandes transações financeiras legais e ilegais, feitas através da corrupção lícita e ilícita. As eleições são controladas pelo grande capital, com partidos e candidatos selecionados rigorosamente. Aos trabalhadores resta a "livre opção" de votar, de 4 em 4 anos, em um candidato que a burguesia os oferece através de seus partidos institucionalizados e, que depois de eleito, não tem mais nenhum compromisso com seus eleitores. E os defensores da sociedade burguesa nos apresentam esta farsa eleitoral como o supra-sumo da "democracia". Nesta sociedade não há participação política real dos trabalhadores. A verdadeira participação política e social dos trabalhadores só poderá se dar no socialismo.

Mas é na produção que a ditadura do capital mostra toda a sua tirania. A burguesia condena e evita todo o controle e regulamentação do processo de produção. Tudo o que impeça a sua liberdade de exploração do trabalho ela considera ditadura e supressão das "liberdades individuais". Para manter e elevar a produtividade do trabalho o despotismo do capital não pode ter limites. Para isso vale transformar o trabalhador numa reles ferramenta de trabalho; vale a pressão do desemprego, das metas, do assédio moral; a proibição de ir ao banheiro durante a jornada, com a ameaça de desconto salarial; vale, inclusive, a impossibilidade de se ficar doente. Eis a verdadeira ditadura que a mídia dissimula aos trabalhadores para que estes não voltem os olhos para o socialismo e, assim, continuem acorrentados à escravidão assalariada.

Já dizia Marx há mais de um século atrás: "O mesmo espírito burguês que louva, como fator de aumento da força produtiva, a divisão manufatureira do trabalho, a condenação do trabalhador a executar perpetuamente uma operação parcial e sua subordinação completa ao capitalista, com a mesma ênfase denuncia todo o controle e regulamentação sociais conscientes do processo de produção como um ataque aos invioláveis direitos de propriedade, liberdade e de iniciativa do gênio capitalista" (O Capital – Tomo I). O socialismo representa a única forma de "regulamentar" e tornar consciente o processo de produção porque ataca a raiz do problema: o fim da propriedade privada dos meios de produção. Para o burguês isto é inaceitável.

A "vanguarda" dos trabalhadores faz coro com a burguesia
É comum encontrar dirigentes sindicais e partidos de "esquerda" reproduzindo na íntegra o mesmo discurso da burguesia. Condenam a "ditadura" socialista e exaltam a "democracia" capitalista. Dizem que os trabalhadores não podem mais ter os métodos revolucionários do passado e que precisam assimilar novas formas de "luta" contra o capitalismo. O que está escondido por trás deste discurso é a conciliação de classes e a preservação intacta do capital. Estes senhores não são mais representantes dos trabalhadores, embora estejam nas suas entidades – como os partidos operários, os sindicatos, as centrais sindicais, etc. –, mas são os representantes diretos da burguesia no seio da classe trabalhadora.

O socialismo revolucionário representa uma ditadura sobre a burguesia e os seus representantes. Esta ditadura para a classe dominante representa a libertação dos trabalhadores e a garantia de suas liberdades democráticas. A democracia operária só pode surgir, dialeticamente, desta nova ditadura de classe. Esta democracia é a única que efetivamente pode garantir a participação organizada dos trabalhadores através dos seus conselhos e organizações em cada local de trabalho, estudo e moradia. Nestes conselhos e organismos só os trabalhadores participam. A burguesia não. Um dos trunfos da burguesia mundial em sua luta contra o socialismo foi a vitória do stalinismo nos ex-Estados Operários, que serviu para esvaziar estes organismos democráticos dos trabalhadores e concentrou o poder nas mãos do governo.

O socialismo não visa socializar os produtos básicos da vida imediata (roupas, comida, casa), mas os meios de produção (fábricas, terras, instrumentos de trabalho, bancos, etc.) e os coloca sob controle dos trabalhadores. Liquida com a anarquia do mercado capitalista, com a especulação financeira, e planifica a economia. Todo este projeto depende do grau de organização e da luta dos trabalhadores. A burguesia nunca abdicou voluntariamente de seus privilégios, por isso, este governo socialista só pode surgir de uma insurreição popular. Portanto, só podemos chegar ao autêntico socialismo através dos métodos revolucionários.
Não há outra forma. A burguesia, os partidos conciliadores e os burocratas sindicais condenam estes métodos como "ditatoriais", para semear a confusão e tornar inócua a luta dos trabalhadores. Reafirmamos o que disseram os revolucionários organizados na Internacional Comunista antes de sua degeneração stalinista: "a atual defesa da democracia burguesa em forma de discursos sobre a ‘democracia em geral’, e a atual gritaria e clamor contra a ditadura do proletariado em forma de gritos contra a ‘ditadura em geral’, são uma traição direta ao socialismo, a passagem efetiva para o lado da burguesia, a negação do direito do proletariado à sua revolução proletária, a defesa do reformismo burguês precisamente num momento histórico em que esse reformismo fracassou em todo o mundo".

Não fechamos os olhos para os erros e desvios burocráticos das experiências dos ex-Estados operários. Contudo, vale relembrar o que Trotsky afirmou: "O capitalismo teve necessidade de séculos para se afirmar na luta contra a Idade Média, para elevar a ciência, a técnica, para construir as estradas de ferro, para estender os fios elétricos. E então? A humanidade foi lançada pelo capitalismo no inferno das guerras e das crises! Mas ao socialismo os seus adversários, quer dizer, os partidos do capitalismo, não concedem senão uma década e meia para instaurar sobre a Terra o paraíso com todo o conforto. Nós não assumimos tais obrigações. Não estabelecemos tais prazos. Deve-se medir o processo das grandes transformações com uma escala que lhe seja adequada. (...) A Revolução de Outubro proclamou o princípio da nova sociedade. A República Soviética não mostrou senão o primeiro estágio de sua realização. A primeira lâmpada de Edison foi muito imperfeita. Devemos saber discernir o futuro para além dos defeitos e dos erros da primeira edificação socialista" (Leon Trotsky – A Revolução Russa – conferência).

domingo, 10 de maio de 2009

Direção do Sinttel-RS vende PLR dos trabalhadores



O que é PLR? A sigla PLR significa Participação nos Lucros e Resultados da empresa. Isso quer dizer que deveríamos receber uma gratificação pelo nosso trabalho frente ao resultado dos lucros produzidos por nós mesmos. Mas quanto a empresa lucrou em 2008? A Atento lucrou em 2008 nada mais, nada menos, do que 3 bilhões de reais.
Quem negocia o valor da PLR? A patronal (a alta cúpula da empresa) e os trabalhadores.
Quem negocia em nome dos trabalhadores? A direção do Sindicato. Só que a direção do Sinttel é uma burocracia parasita que tem métodos de luta burocráticos.
O que isso quer dizer? Que ao invés de fazer uma assembléia junto aos trabalhadores, apresentar os resultados da empresa e organizar e discutir uma contra proposta, faz o inverso: negocia com a empresa e apresenta a proposta da empresa para os trabalhadores. Uma direção sindical democrática e preocupada em organizar e conscientizar os trabalhadores deveria fazer o caminho inverso: chamar a assembléia, organizar os trabalhadores, discutir uma proposta dos trabalhadores e lutar para arrancá-la da empresa.
Por que a direção do Sindicato não faz isso? Por que é “parceira” do patrão. O sindicalismo desta direção só traz derrotas e esmolas para os trabalhadores e benefícios múltiplos pro patrão. No fim das contas, uma mão lava a outra.
Como podemos retomar o controle do Sindicato e fazer com que ele sirva aos nossos interesses – inclusive para negociar a PLR? Devemos organizar uma oposição forte para retomar nosso sindicato das mãos da burocracia. É para isso que a “Oposição Chamando a Luta” existe. A direção do Sindicato mostrou, mais uma vez, de que lado está. A assembléia que seria “chamada em breve”, ficou para o fim de abril. Ou seja, foi uma forma disfarçada de estar a favor da proposta da empresa e desarmar os trabalhadores. Os operadores ficaram sabendo da proposta da empresa pela própria empresa. Sindicato com este método não nos serve.
Qual é a proposta da empresa para a PLR 2008? Míseros 30% do valor do nosso salário, mais 14% do PLR adiantado do ano que vem (o que dá menos que R$200,00). Na proposta da empresa, apoiada disfarçadamente pelo sindicato, quem for “absenteísta injustificado” no mês de março não receberá o PLR.
Qual a desculpa da empresa para justificar isso? Nenhuma plausível!
Frente a esta situação, o que os trabalhadores devem fazer para receber uma PLR justa? Em primeiro lugar devemos rechaçar a tentativa da empresa de nos persuadir a aceitar esta esmola. A Atento já disse que “se aceitássemos” os acordos para o reajuste salarial em 2008 receberíamos a bonificação na hora. Isso era mentira. Quem votou a favor da proposta de reajuste da empresa não recebeu nada, e o novo reajuste, que seria para fevereiro, como parte da proposta, ficou para outubro (com a conivência do Sindicato). As propostas da empresa são ilusões; são esmolas de um lucro bilionário do qual não vemos a cor. Em segundo lugar, é preciso participar da assembléia, caso ela exista, e dizer um sonoro “NÃO” a esta proposta rebaixada.
O que exigiremos no lugar desta proposta? Nós, da oposição, exigimos como PLR um salário nominal, mais 14% do PLR do ano que vem.
E se a empresa e o sindicato disserem que este valor não é possível de ser pago? Nós exigiremos a abertura das contas da empresa para calcular a PLR que podemos ganhar e, assim, efetivamente participar nos lucros e nos resultados da empresa. A direção do sindicato é inimiga deste método de luta. Ela está na trincheira oposta e por isso precisa ser derrotada.

- Abaixo a camarilha cutista do Sinttel!
- Por um PLR para todos os trabalhadores sem a desculpa do absenteísmo!
- Por uma PLR que seja um salário nominal e mais 14% do valor do nosso salário!- Pela abertura das contas da empresa para calcularmos a PLR!

Diretoria do Sinttel-RS quer negociar PLR sem contra proposta dos trabalhadores

No dia 27 de março, a direção do Sinttel-RS se reuniu com a empresa onde esta apresentou sua proposta de PLR e salário base. Diz no site do sindicato: ”a Atento apresentou proposta para piso salarial, jornada de 180h: a partir de Outubro de 2009 o piso salarial de R$ 445,21 passa para R$ 466,00 (percentual 4,66%). PLR/2008, pgto em 30/04, percentual de 45% à 52% com redutores corporativos e individuais(absenteísmo).Vamos aguardar o documento oficial da proposta que será enviando ainda esta semana, e posterior será realizada assembléia para votação.”
A Oposição – Chamando à Luta! quer abrir o debate com a categoria e mostrar que é possível conquistar um PLR digno, de acordo com o lucro real da empresa (que foi em 2008 de R$3 bilhões de reais). Para isso, é preciso luta e organização. Defendemos o PLR integral para todos os trabalhadores, independente do tempo de empresa e do absenteísmo – seja justificado ou injustificado.
É preciso que os trabalhadores se organizem em assembléia, digam NÃO a essa proposta ridícula e decidam sua contra proposta de PLR. A direção do Sindicato quer fazer o inverso. Quer fazer a assembléia com os trabalhadores sem uma alternativa, ajudando a empresa e desarmando os trabalhadores.
A empresa e a direção do Sinttel-RS mais uma vez querem dar um golpe nos trabalhadores na questão do reajuste salarial. Ano passado, depois de 6 meses da nossa data base (período do ano em que devemos ter reajuste, ou seja JUNHO), a empresa propôs um aumento menor que inflação e disse que caso aprovada sua proposta nosso salário se equivaleria ao mínimo quando este tivesse reajuste (fevereiro), o que não aconteceu. A empresa ilude, mente e não cumpre os acordos. Agora propõe esse aumento que deveria ser em FEVEREIRO para OUTUBRO. O que isso significa? Que além de não cumprir com o acordo votado, esse ano mais uma vez NÃO VAI RESPEITAR NOSSA DATA BASE, POIS FARÁ VALER O ACORDO DE 2008 EM OUTUBRO DE 2009, NÃO NEGOCIANDO O REAJUSTE DE 2009 EM JUNHO.
Os operadores não podem cair na mentira da empresa mais uma vez. Também não podemos aceitar qualquer oferta. A tática da empresa é sempre a mesma, oferece uma esmola (R$ 100,00 ou R$200,00) enquanto lucra BILHÕES. Precisamos valorizar nossa força de trabalho e lutar para termos o retorno do lucro que nós geramos.

- Chega de esmola e enrolação: PLR digno, integral e sem a desculpa do absenteísmo!
- Construir uma assembléia amplamente divulgada e para os trabalhadores dizerem NÃO a essa proposta e formular uma contra proposta!
- Iniciar o debate do reajuste salarial 2009, discutir uma proposta dos trabalhadores, e garantir a data base (julho)!

Que tipo de assembléia os trabalhadores precisam?
Antes de tudo, para construir uma assembléia de base é necessária uma ampla divulgação e preparação com discussão entre todos os operadores. A direção do SINTTEL-RS se recusa a fazer isso, sempre aparece um dias antes para garantir que os trabalhadores não participem. Não podemos aceitar a participação dos “olheiros” da empresa que vão as assembléias para intimidar e coagir os trabalhadores a votarem naquilo que a empresa propõe. Defendemos a liberdade de intervenção com tempos pré-determinados para que todos possam se expressar e votar de forma livre e direta.

Esse material foi financiado pelos trabalhadores, contribua com o valor que puder.

LEIA, DISCUTA, DIVULGUE, PASSE AOS SEUS COLEGAS!
Venha participar da OPOSIÇÃO CHAMANDO À LUTA!