Muitos colegas pensam que os membros da Oposição Chamando à Luta são representantes diretos da direção do Sindicato. Porém não temos nenhuma responsabilidade sobre seus atos. Por isso, achamos importante explicar aos trabalhadores por que somos oposição à atual diretoria.
1 - O que é a oposição e quem se organiza nela?
A Oposição é formada pela vanguarda dos trabalhadores em call centers mais conscientes da exploração capitalista e das suas conseqüências sobre a nossa classe. Surgiu para lutar por um novo sindicalismo, distinto do praticado pela atual diretoria que, diga-se de passagem, só beneficia a patronal.
2 - Qual o programa da atual diretoria e qual o programa da Oposição?
Primeiro vamos definir o que é um programa. O programa é um conjunto de palavras de ordens que sintetizam a ação política comum de milhares de pessoas visando atingir um objetivo. Sintetiza a experiência coletiva do movimento operário. Expressa uma consciência coletiva fundada na experiência histórica acumulada pela luta de classes.
A atual diretoria do Sinttel defende um programa reformista — luta por pequenas reformas — para ir “melhorando a vida dos trabalhadores aos poucos”. O programa reformista se mantém inteiramente nos limites do capitalismo. O sistema da burguesia funciona assim: tudo o que concede com uma mão, retira com a outra em dobro. Por isso não pode ser reformado.
Já a Oposição Chamando à Luta defende um programa revolucionário, que almeja unificar todas as lutas específicas (melhores salários, melhores condições de trabalho, plano de saúde, etc.) em uma única e mesma luta: a derrubada do capitalismo através de uma revolução socialista. É preciso varrer, de uma vez por todas, este sistema para a lata do lixo da História; assim como foi feito com o feudalismo.
3 - Quais os meios empregados pela direção do Sinttel e pela Oposição para aplicar seus respectivos programas?
O programa reformista usa métodos de natureza conciliadora: acordos coletivos em mesas de negociação com a patronal a portas fechadas e com ausência da base organizada; paralisações fantasmas, que são apenas vigílias; acordos de bastidores; assembléias esvaziadas convocadas da noite para o dia; por fim, a cúpula do sindicato defende, como forma de semear ilusões, a pressão sobre o parlamento e os políticos da burguesia. Na verdade, estes sindicalistas querem preservar o capitalismo e as benesses materiais que, enquanto dirigentes do Sindicato, conservam neste sistema.
Os métodos do programa revolucionário são: panfletagem, propaganda e agitação; trabalho de propaganda individual com os trabalhadores; organização por local de trabalho; paralisação, greve e ocupação; piquetes de greve de persuasão e coercitivos. Somente com métodos revolucionários é possível destruir as ilusões e conquistar mudanças para a classe trabalhadora.
4 - Como se relaciona com a patronal a direção do Sinttel e a Oposição?
A direção do Sindicato se relaciona com a patronal através da conciliação de classes. Procuram uma relação amigável. A Oposição se relaciona com a patronal sem nenhuma conciliação nos interesses, até por que, como a História nos mostra, a patronal não atenderia amigavelmente nossas reivindicações.
5 - Qual a relação da atual diretoria e da Oposição com o aparato sindical?
A atual diretoria usa o aparato sindical para a defesa de um programa reformista e em benefício próprio. Ao tornarem-se membros do sindicato, estes elementos ganham liberação do trabalho, tornando-se livres da pressão das metas, do assédio moral cotidiano, etc. Com o tempo livre deveriam militar pelos interesses da categoria, mas preferem utilizar inescrupulosamente da estrutura do sindicato (Xerox, impressoras, computadores, contribuição sindical, etc.) para fazer campanha para a sua própria chapa de reeleição. Daí surge o carreirismo dos funcionários que viram sindicalistas “eternos”. Tornam-se os representantes diretos dos interesses da burguesia dentro dos sindicatos. A Oposição pretende organizar os trabalhadores conscientes para lutar contra isso; para denunciar, desmascarar e, por fim, expulsar a burocracia dos sindicatos.
O programa da Oposição visa colocar toda a estrutura sindical a serviço da conscientização, da organização e da luta dos trabalhadores. Queremos a independência política dos trabalhadores da classe burguesa. Para isso, é preciso que o Sindicato seja financiado conscientemente pelos trabalhadores de base, que estes sejam levados a ter uma vida sindical também consciente. Em uma palavra, que sirva para tornar as decisões o mais democrático e transparente possível. A Oposição usa seus representantes sindicais e cipeiros para denunciar, conscientizar e organizar os trabalhadores neste espírito revolucionário contra o capitalismo.
6 - Como a atual diretoria e a Oposição se relacionam com a base dos trabalhadores?
A atual diretoria age cinicamente com os trabalhadores de base. Precisa se equilibrar numa corda bamba: de um lado a gravidade pressiona para defender e ocultar estes privilégios da estrutura burocratizada; do outro a pressão vem dos próprios trabalhadores, que esperam algum tipo de atitude da diretoria. Quando confrontados pela presença da Oposição na luta do reajuste salarial da Atento, por exemplo, o sindicato foi obrigado a demonstrar serviço, caso contrário não existiria finalidade alguma para a sua existência. Na realidade, eles jogam nas costas dos trabalhadores a sua preguiça, falta de iniciativa e covardia. A Oposição busca a mais estreita relação com a base, visando a participação dos trabalhadores nas principais decisões da categoria através do voto: acordos coletivos, contrapropostas de acordos coletivos, definição de salário, luta contra demissões, campanhas sindicais, nas paralisações, greves, e damos apoio à luta dos demais setores da classe trabalhadora.
7 - Que tipo de “democracia” defende a direção do Sinttel e a Oposição?
Nós da oposição, defendemos a democracia proletária, que surge da luta direta dos trabalhadores e também da estreita solidariedade de classe que surge na produção. É uma democracia que, se utilizando dos organismos da classe trabalhadora visa participar dos destinos não só de cada categoria profissional, mas de toda a sociedade organizada por estes organismos. Esta democracia plena só pode existir em uma sociedade socialista desenvolvida. Contudo, desde já deve-se dar passos nesse sentido, educando e conscientizando os trabalhadores através de uma prática sindical baseada neste programa revolucionário.
A atual diretoria do sindicato defende a democracia parlamentar burguesa que exclui os trabalhadores e a maioria do povo pobre das principais decisões. Elas são tomadas nas bolsas de valores, nas cúpulas das multinacionais e só depois são referendadas pelos partidos burgueses no Congresso, que recebem generosas somas em dinheiro para aprová-las (eis o verdadeiro motivo dos sucessivos escândalos de corrupção). Ao povo, resta apenas o direito de votar em partidos selecionados pela burguesia. As assembléias intencionalmente mal convocadas e a desorganização por local de trabalho são um reflexo desta “democracia” maior, defendida pela direção do nosso sindicato. O governo Lula é um resultado desta estratégia eleitoral e os trabalhadores pagam caro demais por ela. Por isso, nós da Oposição, lutamos contra esta farsa democrática, chamada pela burguesia e pelos dirigentes sindicais de “democracia”.
8 - Qual é a posição da direção do Sinttel e da Oposição frente aos partidos políticos?
A direção do Sinttel defende publicamente o apartidarismo, isto é, a ausência de partidos políticos. Nega a participação no movimento sindical de qualquer partido. Porém, por debaixo desta fachada anti-partido, esconde-se os partidos da burguesia que lutam por aparelhar os sindicatos. A atual diretoria do Sinttel é composta por militantes do PT. Em função do caráter burguês deste partido, eles se escondem atrás de frases apartidárias, quando na realidade são militantes políticos ativos. O sindicalismo defendido pelos partidos patronais (como o PT, por exemplo) é o que relatamos até aqui: reformista, conciliador e aparelhador.
A Oposição defende a participação organizada dos trabalhadores no movimento sindical. Não exclui os partidos e muito menos se esconde em frases apartidárias. Joga às claras com os trabalhadores. Em seu seio organizam-se tendências políticas e embriões do partido revolucionário, bem como ativistas sem partido. Nossa luta não é contra os partidos em geral, como faz a direção burguesa de nosso sindicato, mas contra os partidos burgueses em específico. O apartidarismo conserva a ignorância e o desprezo pela organização e consciência política da nossa classe. A inexistência de um partido revolucionário forte e organizado é a principal causa da escravidão assalariada ainda persistir. A luta contra o aparelhamento partidário das entidades não pode ser contra a existência de partidos no movimento, mas sim contra os partidos de caráter e programa burgueses.
9 - Por que a diretoria do Sinttel defende a CUT e a Oposição a Conlutas?
Os trabalhadores, em sua luta por uma sociedade socialista, devem se unir aos demais trabalhadores e setores explorados. O corporativismo, isto é, aquela prática de manter as lutas isoladas por categoria, de achar que cada categoria não deve interferir na outra, é um mal nocivo que impede a vitória política dos trabalhadores. Os sindicatos devem organizar-se em federações de sindicatos, isto é, nas chamadas centrais sindicais. Contudo, assim como os sindicatos adaptados ao Estado burguês, as principais centrais do país não fogem a regra. A Força Sindical, a CTB e demais centrais (CGT, UGT, etc.) são centrais do grande capital. Cumprem um papel de correia de transmissão direta dos interesses da burguesia, portanto, não tem nenhum papel progressivo, ao contrário, precisam ser destruídas pelos trabalhadores. A CUT, apesar de ser a maior central do Brasil, também é controlada pelo grande capital. É dirigida diretamente pelo PT e, após a eleição de Lula, passou a ser a agente deste no movimento sindical. A CUT defende todas as reformas que retiram direitos: reforma sindical, reforma trabalhista (que acaba com férias, décimo terceiro salário, licença maternidade, etc.), reforma da previdência (que aumenta a idade mínima para a aposentadoria), etc. A CUT é a precursora e mantenedora do sindicalismo reformista, praticado pelo Sinttel. No início de 2004, cansados do peleguismo e do governismo da CUT, centenas de sindicatos romperam com esta central e fundaram a Conlutas. No meio deste processo, em 2005, a direção do Sinttel aprova em seu congresso a filiação oficial a CUT.
A Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), apesar de minoritária no movimento sindical, agrupa o melhor da vanguarda dos trabalhadores brasileiros. Ainda que tenha problemas, discute estratégias ao socialismo (estratégia abandonada pela CUT). Por compreendermos a necessidade de lutar em conjunto com os demais trabalhadores, optamos por construir a Conlutas em alternativa à falência política da CUT. Entretanto, não participamos da Conlutas de forma acrítica e submissa. Pelo contrário, participamos da forma mais ativa possível, criticando e lutando contra os rumos dados a ela por sua direção majoritária (o PSTU/PSOL). A nossa batalha também é para desfiliar o Sinttel da CUT e filiá-lo à Conlutas, para que com o programa apresentado, consigamos somar forças com os demais setores internos que lutam contra os rumos burocráticos adotados pela direção majoritária, e para que sejamos capazes de ajudar na formação de uma central forte, revolucionária e socialista.
10 - Quais são os fins da Oposição Chamando à Luta?
Antes de qualquer consideração final, é preciso que se diga que apesar de nossas diferenças irreconciliáveis com a direção do Sinttel, participamos de todas as atividades convocadas pelo Sindicato para propagandear aos trabalhadores nosso programa de luta e as limitações desta direção; seja em uma manifestação, uma assembléia, um reajuste salarial, etc. Não escondemos dos trabalhadores nenhuma intenção política e nenhum passo que pretendemos dar. A Oposição existe não porque quer ser oposição para sempre. Nossa existência se justifica pela necessidade de retomarmos o nosso sindicato da burocracia parasitária. Lutamos por organizar e conscientizar os trabalhadores não só da necessidade da luta e da revolução socialista, mas também da imperiosa necessidade de retomar o Sinttel das mãos desta diretoria que o utiliza como moeda de troca perante a patronal.
Ao retomar o Sindicato a nossa principal estratégia é colocá-lo a serviço dos interesses dos trabalhadores e, portanto, à serviço do programa revolucionário. Não buscamos cargos e aparatos. Buscamos organizar os trabalhadores por local de trabalho, mas não somente eles; queremos organizar também os trabalhadores desempregados, que se tornam, a cada dia que passa, uma massa maior de homens sem nenhuma perspectiva; buscamos o controle do sindicato para conscientizá-los de que nossa vida só mudará verdadeiramente com o fim do capitalismo. Buscamos, enfim, fazer dos sindicatos, como dizia Lênin, “escolas de socialismo”.
A você colega, que acabou de ler este material explicativo, convidamos para que venha somar forças na construção da Oposição Chamando à Luta que, apesar de pequena, é absolutamente necessária. Participe como for possível: reunindo nos encontros oficiais, contribuindo financeiramente, passando panfleto para os colegas, pautando discussões importantes com os colegas mais próximos, etc. E o mais importante: combater as ilusões existentes na nossa categoria a respeito da direção do nosso Sindicato.
Entre em contato conosco pelo e-mail: chamandoaluta@gmail.com
1 - O que é a oposição e quem se organiza nela?
A Oposição é formada pela vanguarda dos trabalhadores em call centers mais conscientes da exploração capitalista e das suas conseqüências sobre a nossa classe. Surgiu para lutar por um novo sindicalismo, distinto do praticado pela atual diretoria que, diga-se de passagem, só beneficia a patronal.
2 - Qual o programa da atual diretoria e qual o programa da Oposição?
Primeiro vamos definir o que é um programa. O programa é um conjunto de palavras de ordens que sintetizam a ação política comum de milhares de pessoas visando atingir um objetivo. Sintetiza a experiência coletiva do movimento operário. Expressa uma consciência coletiva fundada na experiência histórica acumulada pela luta de classes.
A atual diretoria do Sinttel defende um programa reformista — luta por pequenas reformas — para ir “melhorando a vida dos trabalhadores aos poucos”. O programa reformista se mantém inteiramente nos limites do capitalismo. O sistema da burguesia funciona assim: tudo o que concede com uma mão, retira com a outra em dobro. Por isso não pode ser reformado.
Já a Oposição Chamando à Luta defende um programa revolucionário, que almeja unificar todas as lutas específicas (melhores salários, melhores condições de trabalho, plano de saúde, etc.) em uma única e mesma luta: a derrubada do capitalismo através de uma revolução socialista. É preciso varrer, de uma vez por todas, este sistema para a lata do lixo da História; assim como foi feito com o feudalismo.
3 - Quais os meios empregados pela direção do Sinttel e pela Oposição para aplicar seus respectivos programas?
O programa reformista usa métodos de natureza conciliadora: acordos coletivos em mesas de negociação com a patronal a portas fechadas e com ausência da base organizada; paralisações fantasmas, que são apenas vigílias; acordos de bastidores; assembléias esvaziadas convocadas da noite para o dia; por fim, a cúpula do sindicato defende, como forma de semear ilusões, a pressão sobre o parlamento e os políticos da burguesia. Na verdade, estes sindicalistas querem preservar o capitalismo e as benesses materiais que, enquanto dirigentes do Sindicato, conservam neste sistema.
Os métodos do programa revolucionário são: panfletagem, propaganda e agitação; trabalho de propaganda individual com os trabalhadores; organização por local de trabalho; paralisação, greve e ocupação; piquetes de greve de persuasão e coercitivos. Somente com métodos revolucionários é possível destruir as ilusões e conquistar mudanças para a classe trabalhadora.
4 - Como se relaciona com a patronal a direção do Sinttel e a Oposição?
A direção do Sindicato se relaciona com a patronal através da conciliação de classes. Procuram uma relação amigável. A Oposição se relaciona com a patronal sem nenhuma conciliação nos interesses, até por que, como a História nos mostra, a patronal não atenderia amigavelmente nossas reivindicações.
5 - Qual a relação da atual diretoria e da Oposição com o aparato sindical?
A atual diretoria usa o aparato sindical para a defesa de um programa reformista e em benefício próprio. Ao tornarem-se membros do sindicato, estes elementos ganham liberação do trabalho, tornando-se livres da pressão das metas, do assédio moral cotidiano, etc. Com o tempo livre deveriam militar pelos interesses da categoria, mas preferem utilizar inescrupulosamente da estrutura do sindicato (Xerox, impressoras, computadores, contribuição sindical, etc.) para fazer campanha para a sua própria chapa de reeleição. Daí surge o carreirismo dos funcionários que viram sindicalistas “eternos”. Tornam-se os representantes diretos dos interesses da burguesia dentro dos sindicatos. A Oposição pretende organizar os trabalhadores conscientes para lutar contra isso; para denunciar, desmascarar e, por fim, expulsar a burocracia dos sindicatos.
O programa da Oposição visa colocar toda a estrutura sindical a serviço da conscientização, da organização e da luta dos trabalhadores. Queremos a independência política dos trabalhadores da classe burguesa. Para isso, é preciso que o Sindicato seja financiado conscientemente pelos trabalhadores de base, que estes sejam levados a ter uma vida sindical também consciente. Em uma palavra, que sirva para tornar as decisões o mais democrático e transparente possível. A Oposição usa seus representantes sindicais e cipeiros para denunciar, conscientizar e organizar os trabalhadores neste espírito revolucionário contra o capitalismo.
6 - Como a atual diretoria e a Oposição se relacionam com a base dos trabalhadores?
A atual diretoria age cinicamente com os trabalhadores de base. Precisa se equilibrar numa corda bamba: de um lado a gravidade pressiona para defender e ocultar estes privilégios da estrutura burocratizada; do outro a pressão vem dos próprios trabalhadores, que esperam algum tipo de atitude da diretoria. Quando confrontados pela presença da Oposição na luta do reajuste salarial da Atento, por exemplo, o sindicato foi obrigado a demonstrar serviço, caso contrário não existiria finalidade alguma para a sua existência. Na realidade, eles jogam nas costas dos trabalhadores a sua preguiça, falta de iniciativa e covardia. A Oposição busca a mais estreita relação com a base, visando a participação dos trabalhadores nas principais decisões da categoria através do voto: acordos coletivos, contrapropostas de acordos coletivos, definição de salário, luta contra demissões, campanhas sindicais, nas paralisações, greves, e damos apoio à luta dos demais setores da classe trabalhadora.
7 - Que tipo de “democracia” defende a direção do Sinttel e a Oposição?
Nós da oposição, defendemos a democracia proletária, que surge da luta direta dos trabalhadores e também da estreita solidariedade de classe que surge na produção. É uma democracia que, se utilizando dos organismos da classe trabalhadora visa participar dos destinos não só de cada categoria profissional, mas de toda a sociedade organizada por estes organismos. Esta democracia plena só pode existir em uma sociedade socialista desenvolvida. Contudo, desde já deve-se dar passos nesse sentido, educando e conscientizando os trabalhadores através de uma prática sindical baseada neste programa revolucionário.
A atual diretoria do sindicato defende a democracia parlamentar burguesa que exclui os trabalhadores e a maioria do povo pobre das principais decisões. Elas são tomadas nas bolsas de valores, nas cúpulas das multinacionais e só depois são referendadas pelos partidos burgueses no Congresso, que recebem generosas somas em dinheiro para aprová-las (eis o verdadeiro motivo dos sucessivos escândalos de corrupção). Ao povo, resta apenas o direito de votar em partidos selecionados pela burguesia. As assembléias intencionalmente mal convocadas e a desorganização por local de trabalho são um reflexo desta “democracia” maior, defendida pela direção do nosso sindicato. O governo Lula é um resultado desta estratégia eleitoral e os trabalhadores pagam caro demais por ela. Por isso, nós da Oposição, lutamos contra esta farsa democrática, chamada pela burguesia e pelos dirigentes sindicais de “democracia”.
8 - Qual é a posição da direção do Sinttel e da Oposição frente aos partidos políticos?
A direção do Sinttel defende publicamente o apartidarismo, isto é, a ausência de partidos políticos. Nega a participação no movimento sindical de qualquer partido. Porém, por debaixo desta fachada anti-partido, esconde-se os partidos da burguesia que lutam por aparelhar os sindicatos. A atual diretoria do Sinttel é composta por militantes do PT. Em função do caráter burguês deste partido, eles se escondem atrás de frases apartidárias, quando na realidade são militantes políticos ativos. O sindicalismo defendido pelos partidos patronais (como o PT, por exemplo) é o que relatamos até aqui: reformista, conciliador e aparelhador.
A Oposição defende a participação organizada dos trabalhadores no movimento sindical. Não exclui os partidos e muito menos se esconde em frases apartidárias. Joga às claras com os trabalhadores. Em seu seio organizam-se tendências políticas e embriões do partido revolucionário, bem como ativistas sem partido. Nossa luta não é contra os partidos em geral, como faz a direção burguesa de nosso sindicato, mas contra os partidos burgueses em específico. O apartidarismo conserva a ignorância e o desprezo pela organização e consciência política da nossa classe. A inexistência de um partido revolucionário forte e organizado é a principal causa da escravidão assalariada ainda persistir. A luta contra o aparelhamento partidário das entidades não pode ser contra a existência de partidos no movimento, mas sim contra os partidos de caráter e programa burgueses.
9 - Por que a diretoria do Sinttel defende a CUT e a Oposição a Conlutas?
Os trabalhadores, em sua luta por uma sociedade socialista, devem se unir aos demais trabalhadores e setores explorados. O corporativismo, isto é, aquela prática de manter as lutas isoladas por categoria, de achar que cada categoria não deve interferir na outra, é um mal nocivo que impede a vitória política dos trabalhadores. Os sindicatos devem organizar-se em federações de sindicatos, isto é, nas chamadas centrais sindicais. Contudo, assim como os sindicatos adaptados ao Estado burguês, as principais centrais do país não fogem a regra. A Força Sindical, a CTB e demais centrais (CGT, UGT, etc.) são centrais do grande capital. Cumprem um papel de correia de transmissão direta dos interesses da burguesia, portanto, não tem nenhum papel progressivo, ao contrário, precisam ser destruídas pelos trabalhadores. A CUT, apesar de ser a maior central do Brasil, também é controlada pelo grande capital. É dirigida diretamente pelo PT e, após a eleição de Lula, passou a ser a agente deste no movimento sindical. A CUT defende todas as reformas que retiram direitos: reforma sindical, reforma trabalhista (que acaba com férias, décimo terceiro salário, licença maternidade, etc.), reforma da previdência (que aumenta a idade mínima para a aposentadoria), etc. A CUT é a precursora e mantenedora do sindicalismo reformista, praticado pelo Sinttel. No início de 2004, cansados do peleguismo e do governismo da CUT, centenas de sindicatos romperam com esta central e fundaram a Conlutas. No meio deste processo, em 2005, a direção do Sinttel aprova em seu congresso a filiação oficial a CUT.
A Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), apesar de minoritária no movimento sindical, agrupa o melhor da vanguarda dos trabalhadores brasileiros. Ainda que tenha problemas, discute estratégias ao socialismo (estratégia abandonada pela CUT). Por compreendermos a necessidade de lutar em conjunto com os demais trabalhadores, optamos por construir a Conlutas em alternativa à falência política da CUT. Entretanto, não participamos da Conlutas de forma acrítica e submissa. Pelo contrário, participamos da forma mais ativa possível, criticando e lutando contra os rumos dados a ela por sua direção majoritária (o PSTU/PSOL). A nossa batalha também é para desfiliar o Sinttel da CUT e filiá-lo à Conlutas, para que com o programa apresentado, consigamos somar forças com os demais setores internos que lutam contra os rumos burocráticos adotados pela direção majoritária, e para que sejamos capazes de ajudar na formação de uma central forte, revolucionária e socialista.
10 - Quais são os fins da Oposição Chamando à Luta?
Antes de qualquer consideração final, é preciso que se diga que apesar de nossas diferenças irreconciliáveis com a direção do Sinttel, participamos de todas as atividades convocadas pelo Sindicato para propagandear aos trabalhadores nosso programa de luta e as limitações desta direção; seja em uma manifestação, uma assembléia, um reajuste salarial, etc. Não escondemos dos trabalhadores nenhuma intenção política e nenhum passo que pretendemos dar. A Oposição existe não porque quer ser oposição para sempre. Nossa existência se justifica pela necessidade de retomarmos o nosso sindicato da burocracia parasitária. Lutamos por organizar e conscientizar os trabalhadores não só da necessidade da luta e da revolução socialista, mas também da imperiosa necessidade de retomar o Sinttel das mãos desta diretoria que o utiliza como moeda de troca perante a patronal.
Ao retomar o Sindicato a nossa principal estratégia é colocá-lo a serviço dos interesses dos trabalhadores e, portanto, à serviço do programa revolucionário. Não buscamos cargos e aparatos. Buscamos organizar os trabalhadores por local de trabalho, mas não somente eles; queremos organizar também os trabalhadores desempregados, que se tornam, a cada dia que passa, uma massa maior de homens sem nenhuma perspectiva; buscamos o controle do sindicato para conscientizá-los de que nossa vida só mudará verdadeiramente com o fim do capitalismo. Buscamos, enfim, fazer dos sindicatos, como dizia Lênin, “escolas de socialismo”.
A você colega, que acabou de ler este material explicativo, convidamos para que venha somar forças na construção da Oposição Chamando à Luta que, apesar de pequena, é absolutamente necessária. Participe como for possível: reunindo nos encontros oficiais, contribuindo financeiramente, passando panfleto para os colegas, pautando discussões importantes com os colegas mais próximos, etc. E o mais importante: combater as ilusões existentes na nossa categoria a respeito da direção do nosso Sindicato.
Entre em contato conosco pelo e-mail: chamandoaluta@gmail.com