Só a nossa luta e organização independentes podem conquistar o novo Piso Regional e um verdadeiro Reajuste Salarial!
Colegas, o capitalismo está precarizando a condição de vida dos trabalhadores, pois sua tendência é enriquecer extraordinariamente os patrões às custas da miséria crescente dos trabalhadores. Isso fica evidente nos Acordos Coletivos atuais em que os patrões dão o calote nos trabalhadores ou propõe índices de reajuste ridículos. Com a Atento não foi diferente: não cumpriu o Acordo Coletivo de 2009 – que tinha sido acordado para outubro – e também ignorou a nova lei que institui o Salário Mínimo regional para os trabalhadores dos call centers. A única coisa que aumenta na Atento e no capitalismo são as metas, o assédio moral, a represália, o mal estar. Mas estes ataques da patronal não acontecem por acaso. Fazem parte da política burguesa do Governo Lula, respaldados pelo sindicalismo pelego e conciliador da direção do Sinttel. Vamos explicar:
1) Por que ficamos sem reajuste salarial em 2009? A direção do Sinttel, apoiando a proposta da empresa, aprovou na assembléia do dia 27 de abril de 2009 o PLR/2009 junto com o novo piso salarial. Só que para aprovar o PLR a empresa exigiu a mudança da data-base da categoria de julho para outubro (data-base é a data em que o reajuste salarial acordado entre a empresa e o sindicato deveria vigorar). E a direção do Sinttel aceitou alterar a data sem explicar claramente o que estava em jogo. Qual foi o resultado? Em outubro de 2009 a Atento não pagou o reajuste salarial para R$ 466 e no seu comunicado interno (“Fique por Dentro”) teve a cara de pau de dizer que cumpriu o acordo de abril. Ela “omite” do seu comunicado que, além de não reajustar o salário por mais de um ano, os R$ 510 que serão o “novo salário” não repõe a inflação do calote de um ano inteiro. Como se isso não bastasse, a Atento e a direção do Sinttel mudaram a data base de outubro para janeiro sem assembléia e sem consultar os trabalhadores. Qual o novo resultado? Mais 4 meses sem reajuste salarial. A direção do Sindicato mantém as datas base das empresas de call center separadas, o que facilita o golpe das empresas, enfraquecendo a luta e arrasando com a consciência de classe.
2) Por que a audiência judicial não significa vitória? A direção do Sinttel faz uma festa pela audiência que ocorrerá hoje. Pelo seu entusiasmo parece que os operadores conquistaram uma vitória. 1º: esta audiência trata do novo Piso Regional e não do reajuste salarial de 2009 onde tomamos o calote da Atento, com total apoio da direção do sindicato. 2º: a justiça é controlada pelos patrões, que pagam os melhores advogados e podem subornar os juízes; sem falar na demora das sentenças. Questionados pela Oposição sobre a participação dos trabalhadores na audiência, dizem: “Sabe como é...juiz nenhum gosta de baderna”, mediante este comentário a direção do Sinttel mostra mais uma vez que prefere negociar sempre “às escondidas”; Neste caso, a mobilização deveria ocorrer na porta do tribunal e não na da empresa. O sindicato deveria garantir ônibus e a infraestrutura para ir ao tribunal (como faz quando leva à Brasília os aposentados). Mas isso é decididamente o que a direção do Sindicato não quer. Fala em mobilização só “para inglês ver”; nos seus panfletinhos quer vender a ilusão de que uma mísera audiência judicial pode garantir nosso piso regional sem luta. Na prática, quer apenas a vigília.
3) O que significa a palavra preferida da direção do Sindicato: “vigília”? A vigília é um despiste da direção do Sinttel. Significa ficar “vigiando” a empresa, enquanto a audiência ocorre. A vigília serviria para supostamente “assustar” a empresa. Mas o patrão não se assustará enquanto não sentir que os operadores estão organizados, enquanto não sentir uma grande mobilização unificada dos setores da empresa, uma greve, etc. Isso é a última coisa que o Sindicato quer construir. Fala em greve nos panfletos como palavras ao vento. Não organiza uma única assembléia para discuti-la e muito menos quer organizar os trabalhadores por local de trabalho. Como já está claro, enquanto continuarmos desorganizados os ataques não cessarão e o nosso nível de vida continuará piorando. Resgatemos nosso sentimento de dignidade! Já existem focos de descontentamento em diversos setores da empresa e, para que este descontentamento se transforme em ação prática e em luta, é preciso organização. Colocamos a disposição de todos os operadores a pequena estrutura da Oposição, visto que o sindicato é controlado pela burocracia petista da CUT e está contra a luta independente. Precisamos organizar a luta desde já para retomar o sindicato das mãos desta burocracia e colocá-lo novamente à serviço dos nossos interesses.
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