domingo, 14 de setembro de 2008

Contra os inimigos na trincheira...

A categoria dos telefônicos é uma das mais exploradas atualmente: metas inatingíveis, assédio moral, pressão dos supervisores e baixa remuneração (muitas vezes menor que o salário mínimo). O discurso das multinacionais de Call Center serve para mascarar o atual estágio do capitalismo imperialista em decomposição. Os patrões estão preocupados com a crise econômica mundial de seu sistema e, para contornar este problema, aumentam a exploração sobre os trabalhadores.

Na mesma trincheira que nós estão os sindicatos pelegos, que ao invés de preparar a luta baseado na democracia operária de base, são correia de transmissão da patronal e defendem um sindicalismo rebaixado, absolutamente dócil e nada combativo. Isso não é casual, é fruto da ligação umbilical com o governo e com o Estado e por isso é fundamental discutirmos uma alternativa.

O mundo inteiro está em luta!
No ano passado pudemos ver a luta dos trabalhadores no mundo todo (França, Alemanha, Grécia, etc.); essas lutas eram em defesa dos direitos históricos dos trabalhadores e tinham o interesse principal de barrar as reformas previdenciárias, que aumentariam o tempo de aposentadoria dos trabalhadores nesses países. A luta dos trabalhadores conseguiu barrar, ao menos momentaneamente, as tentativas de reformas, mostrando o caminho que devemos seguir para defender nossos direitos e avançar nossas conquistas.

Neste ano devido a crise da falta de alimentos vimos novamente os trabalhadores reagirem no Haiti, Egito, etc...

Governo Lula: a serviço dos capitalistas nacionais a internacionais
No início do primeiro mandato Lula aprovou a reforma da Previdência que aumentou o tempo mínimo para aposentadoria dos brasileiros sem encontrar muita resistência, pois todos os sindicatos ligados a CUT apoiaram a reforma. Esse foi o papel que cumpriram os ex-lutadores cutistas: de enganar os trabalhadores, tratando essa reforma como algo positivo, para que esses não se levantassem contra o governo Lula, já que a CUT é a central sindical do PT. E os “chefes sindicalistas” da CUT ganharam ministérios e altos cargos do Estado para defendê-lo com unhas e dentes, tal como fazem até hoje.

Seis anos de experiência com o governo Lula e já está claro que nem este governo e nenhum outro será capaz de mudar a situação dos trabalhadores, que somente pode ser mudada por eles próprios. Todos que dizem que um ou outro governo (talvez mais ético) poderá mudar o estado de coisas atual estão mentindo, afinal, a história já demonstrou diversas vezes que o método para mudar as coisas não é votar de dois em dois anos em líderes que “mudarão as coisas para nós” através do Parlamento. O método é o da luta e da organização dos trabalhadores, para que possam ter consciência de suas tarefas e trabalhar duro para defender os interesses de nossa classe, já que a burguesia defende muito bem seus interesses e usa esses mesmo líderes sindicais em seu benefício.

Governo Lula, CUT e Força Sindical: junto com os patrões contra os trabalhadores
O governo finge ser dos trabalhadores, mas na verdade está defendendo os interesses dos patrões e isso fica cada vez mais claro na medida em que Lula promete aprofundar a reforma da Previdência e também a reforma sindical e trabalhista. A reforma sindical passa o poder de decisão para as cúpulas das centrais sindicais, não precisando mais das assembléias de base para se tomar decisões, como por exemplo, os acordos coletivos de trabalho; dessa forma as centrais pelegas estarão autorizadas pelo Estado para negociar livremente com a patronal. E a reforma trabalhista “flexibiliza” a CLT ameaçando o décimo terceiro, as férias e também a licença-maternidade; entre outras coisas. Direitos que temos hoje garantidos ficarão nas mãos dessas cúpulas sindicais pelegas.

As tarefas atuais da vanguarda
Diante desta realidade brutal precisamos romper com esses inimigos na trincheira – sobretudo a CUT – que há muito tempo foram cooptados pelo governo e pelos patrões. Esses traidores devem ser varridos das fileiras da classe trabalhadora e quem poderá fazer isso são os elementos mais conscientes da classe, aqueles ao qual denominamos vanguarda da classe trabalhadora. Essa vanguarda teve condições de enxergar com muito mais clareza a realidade do que os demais trabalhadores, e por isso tem uma tarefa imposta pela realidade que é de se unir e se organizar para desmascarar esse sistema viciado, ao invés de acalmar os trabalhadores com conquistas ridículas que não mudam sua condição de vida, devemos instigá-los a lutar por bandeiras que realmente façam a diferença.

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