domingo, 14 de setembro de 2008

Contra as demissões

A contax pretende demitir dezenas de trabalhadores encerrando o setor comercial da NET em Porto Alegre. Enquanto a nossa jornada de trabalho é cada vez maior, com metas progressivamente insuperáveis, a empresa lançará novos trabalhadores na incerteza do desemprego. É preciso organizar a luta para impedir estas demissões e absorver estes trabalhadores para os outros setores da empresa que estão sobrecarregados de trabalho. Sabemos que a direção do Sinttel não aparecerá, pois não fez nada quando centenas de trabalhadores foram demitidos na Atento. Só contamos com a força de nossa luta e com a organização da oposição CHAMANDO A LUTA!

Sinttel e CUT: parceiros do patrão e do governo contra os trabalhadores
A postura do Sinttel não é casual. Reflete o tipo de sindicalismo que defende esta direção, que, por sua vez, é ligada a CUT – defensora do sindicalismo e conciliador. A CUT e o Sinttel defendem e aplicam as reformas neoliberais do governo Lula: Reforma Trabalhista (que acaba com direitos históricos: férias, licença maternidade, 13º salário), Reforma Sindical (que mantém as decisões da categoria na cúpula sindical) e Reforma da Previdência (que aumenta a idade mínima para aposentadoria). Todas estas reformas são exigências do capitalismo para continuar explorando e superar suas crises permanentes. É preciso romper com a CUT e construir a oposição Chamando a Luta e também a Conlutas, para fortalecer a luta contra o governismo e as reformas.

É preciso fortalecer a oposição ao Sinttel
As empresas de call center Contax e Atento obtiveram lucros bilionários em 2007. Para atingir esta cifra pagam salários cada vez mais baixos e nos tencionam para trabalharmos cada vez mais; eis o segredo do “sucesso” de ambas as empresas. Todos os supervisores e quadros divulgam estes resultados como sendo “nossos”, quando na verdade o resultado verdadeiro só fica nas mãos dos patrões – James Meaney (contax) e Agnaldo Calbucci (Atento) – e nas nossas um salário de fome.

Os tele-operadores começam a tomar consciência desta situação e começam a se movimentar, porém, esbarram na direção do sindicato que serve de correia de transmissão dos interesses da patronal e freiam a construção da luta direta. Aceita docilmente as propostas das empresas e cultiva um sindicalismo de conciliação de classes, o que sempre resulta em derrota e desmoralização para os trabalhadores.

NA ATENTO:
A Atento ofereceu aos trabalhadores um ridículo reajuste de 3,5%, que não cobre nem a inflação. A elevação dos salários para o valor do mínimo (R$ 415), na realidade não passa de uma migalha do bolo que não para de crescer. A convocação para a assembléia foi feita apenas em um dia anterior a sua realização, o que impossibilitou uma ampla participação da base. Já a empresa garantiu que algumas pessoas fossem na assembléia para votar em sua proposta. Não houve nenhuma discussão “democrática” anterior, nem consulta, muito menos a conformação de uma contra proposta de aumento real de salários feita pelos trabalhadores.

A assembléia dos trabalhadores da Atento do dia 25 de abril
Quem conseguiu participar dos dois turnos da assembléia (manhã e tarde) pode perceber o jogo duplo cumprido pela direção do Sinttel. Na manhã eles defenderam veladamente a proposta (dizendo que esta não era nenhuma “Brastemp”, mas que era a “melhorzinha” já feita pela Atento) deixando os trabalhadores sem alternativa. O resultado disso foi que dos 89 participantes, 60 votaram na proposta da empresa e 19 contra.

No turno da tarde – como já estava garantida a proposta patronal – o sindicato, frente a presença da oposição, fingiu ser contrário a proposta da empresa sem nenhum compromisso com aquilo que havia defendido na manhã. A oposição participou do evento denunciando o jogo duplo do sindicato e rechaçou a proposta da empresa. A votação, à tarde, foi de 60 votos a favor e 43 contra.

Por fim, acabou vencendo a proposta do patrão. A conclusão que devemos tirar desta experiência é que devemos organizar os trabalhadores para lutar contra a exploração dos patrões, pois a direção do sindicato já demonstrou que não está do nosso lado. Para isso só podemos contar com nós mesmos e com nossas forças. Devemos impulsionar a construção da oposição sindical para travar as lutas que a direção do Sinttel não trava e retomar o sindicato das mãos da burocracia.

NA CONTAX:
O mês de abril ficou marcado para os trabalhadores da contax por alguns eventos importantes: no dia 8, os trabalhadores rechaçaram a proposta da empresa de alterar a forma de pagamento do Vale Transporte e puderam ver, com os próprios olhos, a submissão do sindicato perante a patronal.

Na assembléia do dia 8, a direção do Sinttel demonstrou todo o seu burocratismo e peleguismo, controlando o debate com mãos de ferro, fazendo o possível para negociar com o patrão de portas fechadas, rechaçando a proposta da oposição de organizar uma comissão de base, eleita pelos trabalhadores, para a negociação do acordo coletivo e reajuste salarial. Estenderam a assembléia com discussões secundárias e se recusaram a discutir sobre a organização da paralisação do dia 10, porque na realidade a intenção do sindicato não era construí-la. Mesmo assim, os trabalhadores cansados de sofrerem ataques calados, mostraram sua indignação e obrigaram, pela força da luta, a empresa a recuar, adiando por tempo indeterminado esta discussão. A nossa luta aqui teve reflexos no resto do país, mostrando a força que temos quando estamos unidos.

Nossa luta agora é por aumento de salários
A direção do Sinttel avisou em seu último boletim que não vai iniciar a negociação do reajuste salarial antes de concluir a do PPR. Isso faz com que novamente a data base do reajuste salarial seja adiada. Porém, a necessidade mais básica dos trabalhadores é de aumento salarial, pois a crise mundial do capitalismo está elevando os preços dos alimentos básicos em todo o mundo e a inflação acabando com o nosso poder de compra.

Diante dessa conjuntura não podemos admitir que a direção do Sinttel, adie a data-base num acordo de portas fechadas com a empresa, priorizando a questão do PPR. O que na verdade, é uma barganha da empresa para depois de concedido o PPR negar um aumento real de salários. Todos fomos explorados. Nós exigimos ter reajuste por este ano, pois 2006 também foi ano de lucro da Contax.

Nesta segunda-feira dia 14 a FITTEL e a Contax se reunirão novamente p/ discutir o Acordo Coletivo de Trabalho, e nós não podemos permitir mais uma negociação a portas fechadas, sem nenhuma discussão entre os trabalhadores.

Basta! Não agüentamos mais essa situação: é necessária a união dos trabalhadores para rechaçar essa proposta ridícula que nos fazem agora e lutar para que tenhamos os 10% de reajuste salarial, repondo pelo menos a inflação dos 2 últimos anos e ganhando mais um mínimo que seja de reajuste, diante dos lucros que garantimos à empresa.

Além disso, exigimos que tenhamos condições de saúde física e psicológica para trabalhar. Queremos assistência e plano médicos gratuitos para toda a categoria, além da implementação de 10min de intervalo a cada hora de trabalho. Também exigimos o fim do assédio moral, que perturba e enlouquece qualquer um.

Vamos todos juntos discutir a melhor forma de lutar para obter melhores resultados nas negociações.

- Reajuste de 10% já!
- Fortalecer a CONLUTAS para lutar contra o governo Lula e suas reformas!

Um comentário:

Anônimo disse...

no ultimo dia 24/05 tivemos a votaçao do a cordo coletivo na empresa contax pos aonde um dia antes da votaçao cada equipe foi colocada em pausa para receber uma especie de lvagem sendo q nos informaram q nao receberiamos (classe atendente os q mais trabalham inclusive )aumento salarial pois ja tinhamos sido reajustados no mes de janeiro sendo q este reajuste quem nos deu foi o governo ou seja a contax nao estava nos dando nada e rindo da nossa cara de otarios e fora outras pressoes como cancelar a pr ficamos indignados e com certeja votamos nao q ganhou espeamos uamm proposta digna pelo menos .att rafa