terça-feira, 25 de novembro de 2008

Eleições para representante sindical - Atento

A eleição para representante sindical que se realizou no dia 12 de novembro elegeu dois representantes sindicais da Oposição Chamando a Luta. A votação nos dois candidatos da Oposição não representou apenas o voto em dois colegas de trabalho, mas o voto em um programa de luta para os trabalhadores, em um novo sindicalismo. O fato dos dois candidatos mais votados serem da Oposição representa este conteúdo.

Algumas discussões trazidas pelo material de campanha dos candidatos da Oposição refletia os ataques que estão por vir, como a crise do capitalismo que está mostrando seus primeiros efeitos: a demissão de centenas de irmãos trabalhadores no interior do Rio Grande do Sul e milhares nos outros continentes, como na Europa, que está demitindo 10 mil trabalhadores por dia. Mas a crise não passa longe daqui, apesar da campanha demagógica do governo Lula. Muitos colegas de trabalho aqui da Atento estão sendo demitidos aos poucos. Uns hoje, outros amanhã. Nem os supervisores mais prestativos ao patrão estão sendo poupados. A nossa campanha já alertava estes ataques.

Os nossos baixos salários revelam que a crise econômica nunca esteve longe daqui, apenas fez ressurgir a inflação que torna os alimentos e as demais mercadorias necessárias a nossa sobrevivência inacessível. Enquanto isso a patronal vive dias de glória: aumenta seus lucros e expande o seu capital – a Atento adquiriu duas empresas de contact center pelo mundo – na República Tcheca e na Guatemala. A crise aprofunda a desgraça da maioria dos trabalhadores, enquanto que significa mais abundância e oportunidade para a burguesia.

Nesse sentido, a empresa mudou o plano de saúde demonstrando a lógica que impera no capitalismo em decomposição e, agora, afundado em mais uma crise: passar o custo do atendimento para nós e dificultar os atestados, para que sejamos máquinas que não tem sequer o direito de ficar doente. O reajuste salarial proposto é uma ilusão, que está abaixo da inflação. Todos estes ataques só são possíveis graças a direção do Sindicato, que é parceira do patrão e mantém um sindicalismo de cúpula, de negociação, de faz de conta.
O sindicalismo praticado pelo Sinttel é o mesmo do PT e da CUT, que por décadas conservou a ilusão de que era possível mudar de vida através do voto em Lula. Este sindicalismo apenas econômico precisa ser superado. Ele não pode fazer frente aos inúmeros ataques que estão sendo preparados contra os trabalhadores. Nós, da oposição, agradecemos os votos que recebemos, mas gostaríamos de frisar que a nossa eleição como representante sindical foi apenas o primeiro passo rumo a um novo sindicalismo e a uma nova organização de base. É preciso iniciar um trabalho de consolidação da oposição e de conscientização dos demais trabalhadores. Sem os demais trabalhadores mobilizados para desmascarar a direção do sindicato e derrotar os ataques da patronal, nós não somos nada. Comecemos desde já uma nova organização por local de trabalho, com reuniões, com discussões com os demais colegas, de denúncia da direção do Sinttel, dos ataques da patronal, do governo Lula (agente das multinacionais) e da sua sucursal no movimento dos trabalhadores, a CUT.

Não ao reajuste de 7,28% Por um reajuste de 15%

Depois de 5 meses a Atento apresentou sua proposta de reajuste salarial. Desta vez, a proposta da patronal é de 7,28%, isto é, abaixo do índice da inflação. Em dinheiro este aumento significa míseros R$30,21. E o pior, esta proposta é válida apenas para os trabalhadores que estão na empresa há mais de seis meses.


A patronal alegou dificuldades em razão da crise capitalista mundial, mas na realidade a direção da empresa joga as perdas em nossas costas e aproveita as oportunidades que a crise abre. O reajuste proposto é uma farsa, pois o efeito da inflação faz o preço das mercadorias subir muito mais que o nosso salário. Este valor proposto não repõe sequer as perdas que tivemos nos últimos meses e é menor do que o acordo coletivo anterior. Portanto, o reajuste proposto pela empresa é uma enganação, que pode passar como “bom” aos olhos dos mais desavisados.


Nós, da Oposição Chamando à Luta, defendemos um reajuste calculado pelo INPC (para salários inferiores a R$1.500,00), de 9%, mais 6%, a título de reposição de perdas passadas. Defendemos que os acordos coletivos devem assegurar o aumento automático dos salários simultaneamente à elevação dos preços dos artigos de consumo. Mas isso deve ser conquistado com um outro sindicalismo e uma nova organização de base. O primeiro passo é participar da assembléia do dia 28/11 e votar não na proposta do patrão. É preciso ainda votar por uma outra proposta de reajuste salarial. Por isso defendemos um reajuste de, no mínimo, 15%, que seja válido para todos os trabalhadores, independente do tempo de empresa.


A direção do Sinttel não luta por obrigar a empresa a cumprir a data base definida no acordo coletivo (a data que passa a valer o novo valor do reajuste). Por isso, passamos 5 meses sendo enrolados pela patronal. O sindicalismo defendido por esta direção está custando demasiado caro aos trabalhadores. É preciso varrer da direção os funcionários carreiristas e substituí-los por ativistas eleitos e controlados pela base organizada. A atual proposta de assembléia feita pela direção do Sinttel é, na realidade, apenas uma urna coletora de votos. As nossas assembléias devem ser um momento de definição e elaboração coletiva, com idéias defendidas e votadas por maioria, por qualquer trabalhador de base. Os trabalhadores da Atento votam por um novo sindicalismo!


Conheça e escreva para o blog da oposição!
chamandoaluta@gmail.com

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Obrigado!!!!

Um muito obrigado a todos aqueles que votaram nos representantes sindicais da oposição!!!
A luta continua!!!!

domingo, 9 de novembro de 2008

Vote pela oposição

O mundo está novamente mergulhando em uma crise econômica capitalista. Como sempre quem pagará a conta são os trabalhadores com arrocho salarial, inflação e desemprego. O capitalismo não apresenta mais nenhum futuro aos trabalhadores, pois está num beco sem saída. Nossas condições de trabalho demonstram a barbárie em que este sistema nos joga diariamente: exploração das metas, assédio moral, baixos salários, plano de saúde precário, opressão, jornada e ritmo de trabalho exaustivos.

Neste contexto predomina o sindicalismo apenas econômico, que trata de questões corporativas. A direção do Sinttel aposta nas negociações de bastidores a portas fechadas com a empresa. Deixando-nos isolados das decisões que nos dizem respeito. Estes sindicalistas, liberados da jornada de trabalho, preferem manter um sindicalismo de faz de conta, para não perderem esta condição privilegiada. Mas já basta! Não tivemos nenhuma vitória com esta prática sindical e nem teremos. Precisamos de outro sindicalismo, com métodos de luta direta, com a participação de base de todos os trabalhadores. Esta tarefa somente uma direção revolucionária pode cumprir, e este é o papel da Oposição.

Não buscamos aparatos e cargos, e sim construir a organização por local de trabalho; a conscientização e a luta em direção a um novo sindicalismo revolucionário e socialista. Objetivo distinto da atual diretoria do Sinttel. Com a eleição dos representantes da Oposição, queremos dar um passo no sentido da consolidação deste projeto.

Dia 12/11 – quarta-feira – vote na eleição para representante sindical.
Das 10h da manhã às 22h (no saguão de entrada).
Vote: Lucas Berton ou Evandro Gomes.
CHAMANDOALUTA@GMAIL.COM

O desemprego e o capitalismo

O desemprego é uma das piores chagas econômicas do modo de produção capitalista. Atualmente, não há uma região, uma cidade ou um país do mundo que não tenha o desemprego como uma de suas piores preocupações. Os meios de comunicação, correia de transmissão das posições da classe dominante, veiculam reportagens e pesquisas de “opinião pública” encomendadas que apontam para a “segurança pública” como as maiores preocupações da “população”. Mas basta visitarmos qualquer grande cidade brasileira ou mundial, passando pelas periferias e os bolsões de miséria que fazem parte do cenário, para vermos que o desemprego é a maior preocupação social, além de ser uma realidade tão palpável que fica cada vez mais difícil para a mídia burguesa escondê-la.Também não poderia ser de outra forma, o capitalismo em todos os seus séculos de existência nunca foi capaz de liquidar com este problema que aflige a milhões de homens. Muito pelo contrário, o chamado “exército industrial de reserva” faz parte integrante e indissolúvel do modo de produção capitalista. Podemos até dizer que sem esse “exército reserva” o capitalismo não funcionaria. Frente a um pedido de reajuste salarial ou de qualquer outra reivindicação, quem nunca ouviu a famosa frase que está na ponta da língua de todo o burguês: “se não quer, tem quem queira”.
Na realidade, o desemprego cumpre o papel de esfacelar a união dos trabalhadores na medida em que os proletários disputam as vagas entre si, quando na realidade a luta não deve ser travada entre os trabalhadores, mas contra o patrão – que é o detentor dos meios de produção (terra, indústria) e, portanto, quem contrata ou não a mão-de-obra. A manutenção pelas forças imperialistas do capitalismo em decomposição aprofunda as contradições do desemprego e mantém massas de milhões de trabalhadores na miséria extrema.
Cada novo progresso técnico e científico, além de inacessível para a esmagadora maioria da população mundial, trata de mecanizar a produção e, com isso, ao invés de gerar conforto para a humanidade, lança milhares de novos trabalhadores na incerteza do desemprego. Isso acontece porque, longe de permitir a redução na jornada de trabalho, a burguesia utiliza a mecanização como desculpa para demitir trabalhadores, e explorar cada vez mais os que conseguem manter o emprego. Com menos pessoas trabalhando, o patrão pode aumentar sua margem de lucro – e com isso, sua riqueza. Em função da vigência do direito burguês da propriedade privada, os trabalhadores sempre ficarão à margem dos avanços científicos e a mercê do desemprego. Enquanto este sistema perdurar todas as mazelas econômicas tipicamente capitalistas – como o desemprego – se aprofundarão rumo à barbárie, que já se observa em regiões de muitos países.
O subemprego, os concursos públicos e os estágios para a juventudeSem alternativas, muitos trabalhadores se lançam ao mercado informal, aos “bicos”, ao tráfico de droga nas favelas e, por fim, ao assalto à mão armada.
Quando se tornam trabalhadores do mercado informal, acabam perseguidos pela polícia e pelo Estado burguês. Este Estado, que esmaga com mãos de ferro os camelôs miseráveis, deixa as multinacionais e os bancos livres de impostos com as generosas isenções fiscais.Da desgraça e incerteza cotidiana de milhões surge a “indústria” dos concursos públicos e toda a parafernália dos aparatos que isso envolve. Surgem os “cursinhos” preparatórios, as empresas que “prestam serviço” de seleção com a aplicação da prova e assim sucessivamente. Hoje as vagas públicas são tão disputadas que superam, em dificuldade, os mais concorridos vestibulares. O resultado é que muitos desses concursos são fraudados ou controlados por interesses políticos e econômicos, prevalecendo as práticas do nepotismo. As denúncias trazidas a público pelos jornais da mídia burguesa não deixam mentir, embora não passem de uma pequena ponta do iceberg.Cobrados pelas famílias, sem a chance de poder estudar e se formar, muitos jovens trabalhadores são obrigados a conciliar a jornada de trabalho com o calendário escolar. Em sua maioria terminam reféns dos estágios mal remunerados, sem nenhum direito trabalhista assegurado, sem férias, sem 13º salário, sem nada.
E não há remédio! Quanto mais formação se tem, mais formação o mercado exige; quanto mais experiência e tempo de trabalho se têm, mais se exige para a contratação. Já não bastam todos os dias da semana, eles querem os sábados, os domingos e os feriados, e o pior, com a Reforma Trabalhista eles querem retirar o direito a férias e a licença maternidade. Enquanto os empregados trabalham num ritmo alucinante e infindável, os desempregados aumentam sem parar. A base de todo “progresso” no capitalismo se assenta sobre a miséria alheia, não havendo solução a não ser destruindo o sistema capitalista através da luta direta de todos os trabalhadores e desempregados.

A única solução para o desemprego é a Revolução SocialistaA mídia burguesa veicula reportagens afirmando que o desemprego está diminuindo e que as “classes menos favorecidas” estão aumentando o poder aquisitivo. Nada mais mentiroso do que isso. Trata-se, precisamente, de uma manobra da mídia para anestesiar a classe média e a pequena-burguesia do contato mais direto com as graves contradições sociais. A Rússia, que após a restauração capitalista, voltou a conhecer uma das piores mazelas do capitalismo – o desemprego –, acenou com saudade aos regimes stalinistas como comprovam inúmeras pesquisas. Não se trata de construir um regime burocrático e repressor como foi a experiência com o stalinismo da URSS e do restante do chamado “bloco soviético”. Mas exatamente o contrário.
Trata-se de varrer através da luta direta dos trabalhadores e desempregados o capitalismo e seu Estado, que são os responsáveis diretos pelo desemprego, bem como toda e qualquer forma de burocracia (seja a estatal, seja a sindical ou qualquer outra).Nesse sentido, a Conlutas – que inclusive surgiu, dentre outras propostas, com o propósito de organizar a luta dos desempregados – está fazendo o caminho inverso. Aproxima-se da Intersindical e, indiretamente, da CUT, assumindo suas bandeiras governistas e o seu calendário de luta. E tudo isso com a desculpa esfarrapada da “união da classe trabalhadora” no abstrato, mesmo que essa união se dê indiretamente com um setor governista e burocrático nada abstrato.
A verdadeira luta contra as desgraças da burocratização sindical passa pelo combate a fusão rebaixada e oportunista com a Intersindical, e pela organização dos desempregados nos sindicatos da Conlutas sob bandeiras políticas socialistas e revolucionárias. O sindicalismo praticado pela direção majoritária da Conlutas é de um verdadeiro economicismo rebaixadíssimo, que sequer chega a falar das questões socialistas. Num mundo dominado pelo capital imperialista, o número de desempregados e subempregados – contando pessoas com renda inferior a 50 dólares por mês e trabalhadores que vivem na informalidade –, pode passar da casa de 1 bilhão de pessoas. Enquanto que os trabalhadores são reféns de uma jornada de trabalho que lhes arrasa os músculos, os nervos e a mente, os desempregados vivem à margem da sociedade, esperando a caridade de um “bom burguês”.
A economia capitalista é aquela baseada no desperdício e na anarquia da produção, isto é, na queima da superprodução quando esta se desvaloriza e na manutenção do desemprego. A forma científica de racionalizar a produção é planificando a economia e absorvendo a mão-de-obra dos desempregados para todos os ramos econômicos. Da mesma forma que isso acarretaria a diminuição drástica da jornada de trabalho, conseguiria liquidar com o desemprego. Mas isso é impossível enquanto a propriedade dos meios de produção permanecer nas mãos da burguesia.
Somente a organização dos trabalhadores por local de trabalho, apoiado pelos desempregados e pela juventude, bem como uma luta sem tréguas pela derrubada do capitalismo, apontando para o controle operário da produção e para a Revolução Socialista, podem concretizar a mudança revolucionária da sociedade. Para dirigir todo este processo é vital a construção de um autêntico partido revolucionário marxista que tenha em seu interior trabalhadores e desempregados, visto que a classe operária está órfã de uma organização deste tipo. A Luta Revolucionária dos Trabalhadores aposta todas as suas fichas na construção dessa alternativa e trabalha duro para isso.

Especulação provoca revolta dos famintos

Os preços de certos alimentos, que já vinham aumentando, de um ano para cá duplicaram ou triplicaram. Principalmente aqueles de alguns produtos básicos de consumo da população mundial, como arroz, trigo e milho. Como conseqüência, nos últimos meses o mundo presenciou a revolta dos famintos em dezenas de países: Haiti, México, Egito, Indonésia, Paquistão, Senegal, Guiné, Mauritânia, Marrocos, Uzbequistão, entre outros tantos. Esses protestos e insurreições são apenas o começo, porque os aumentos de preços e as suas causas devem persistir. Alguns países, grandes produtores de grãos – como Argentina, Índia, Vietnã e Malásia –, começam a proibir a sua exportação. Os últimos são os maiores produtores de arroz, dieta principal de metade da população mundial.Os porta-vozes do capital procuram desviar a opinião pública das verdadeiras causas desses aumentos, atribuindo culpa ao programa dos biocombustíveis, à seca na Austrália, ao aumento do consumo na China e na Índia, entre outras explicações. Isso tudo tem uma influência muito parcial.
A principal causa é a especulação com as chamadas “commodities”, mercadorias de produção em larga escala negociadas na Bolsa de Chicago, no chamado “mercado futuro”. Esse mercado consiste na compra, por investidores, de contratos de exportação desses produtos, os quais não necessariamente já tenham sido produzidos.Nos últimos tempos, o grande capital especulativo tem migrado para o “mercado futuro". Isso inflaciona a procura. Por exemplo: as próximas duas safras de um determinado tipo de trigo já foram compradas antecipadamente. Os especuladores garantem para si preços antecipados, mas provocam o seu aumento no mercado, de tal maneira que podem vendê-los, quando da efetiva entrega, pelos novos preços. Com essa manobra apenas nas Bolsas e sem sair do escritório, auferem grandes lucros e inflacionam o preço desses produtos para os consumidores.Esse novo fenômeno especulativo é uma conseqüência da atual crise do capitalismo.
Os capitais abandonam o mercado imobiliário e demais mercados especulativos, e procuram refúgio em produtos de consumo indispensável, e portanto, seguros. É mais um artifício usado pelos grandes capitalistas para recompor os seus lucros abalados pela crise e transferir os prejuízos sofridos para a população mundial. As conseqüências dessa “jogada” do capital são catastróficas, principalmente para as populações mais pobres, que a pagam com a fome de centenas de milhões de pessoas.No Brasil, Lula tenta iludir o povo de que a crise não chegará ao país devido aos “fundamentos sólidos da economia”. Na verdade, a economia brasileira se beneficiou momentaneamente do crescimento econômico internacional dos últimos anos. Mas já vemos o preço do feijão aumentar despropositadamente.Inevitavelmente, com o recrudescimento da crise mundial, o país pagará caro o preço da sua dependência, embora não exista falta de alimentos. Nos últimos dez anos o Brasil mais do que duplicou a sua produção de grãos (112%) e aumentou em 94% a sua produtividade agrícola. Os preços aumentam, e continuarão aumentando, em função da nossa dependência do capital internacional. O governo não controla a política agrícola, que está em mãos dos monopólios internacionais. Perto de vinte desses conglomerados dominam a produção e o comércio mundial de alimentos, e a propriedade de grandes extensões das melhores terras.
A produção de sementes e fertilizantes está também sob seu controle. No nosso país, a Petrobrás controlava a produção de fertilizantes (Fosfertil). Com a privatização, hoje essa produção é controlada pela Bunge. A produção de sementes também está monopolizada. Por exemplo: quatro grandes monopólios dominam a produção de sementes de milho. A crise e as nossas tarefas O pior está por vir. A recessão econômica internacional está apenas começando. O capital financeiro tentará transferir os seus custos para os trabalhadores. Virão novos planos de arrocho e aumentos de preços. A burguesia não se guia por considerações sociais. Acima de tudo estão os seus lucros, que não podem cair. A fome e a miséria lhes são indiferentes.
Na verdade, somente se importam com a questão social quando pressentem a possibilidade de revolta dos miseráveis. Neste momento, a FAO (organismo da ONU para a alimentação), propõe aumentar a “ajuda humanitária”. Mas esse paliativo não resolverá o problema da fome, porque a burguesia não tem condições de resolvê-la.A verdadeira solução está em contradição com a lógica do capitalismo. Não existe forma de o capital solucionar a sua crise – a tendência à queda da taxa de lucro – sem transferi-la para os povos. Nesse sentido, a especulação com o preço dos alimentos é para ele uma necessidade imprescindível. A história tem mostrado que, nas grandes crises e nas guerras, é quando o capital mais especula e mais lucra.Por outro lado, o aumento da miséria dos trabalhadores não é uma característica apenas dos períodos de crise econômica. É uma tendência inevitável também dos períodos normais. A “lei da miséria crescente”, como uma característica permanente do sistema capitalista, foi estabelecida por Marx no século XIX e se confirma plenamente. Nada atesta melhor a falência do capitalismo do que o aumento da miséria absoluta – não só relativa – representada pela fome.Os trabalhadores devem preparar-se para um período difícil, de crise econômica, de inflação e de miséria. Isso será uma catástrofe para os países mais pobres, mas também atingirá os países imperialistas. Muitas lutas virão. É preciso criar as condições para a revolução social do proletariado: organizar os trabalhadores, criar o partido revolucionário. Não pode haver solução para a fome enquanto existir o capitalismo. A nossa tarefa é derrubá-lo. Para isso, é preciso:
- Criar comitês de luta contra o aumento dos preços e pelo seu controle pelos trabalhadores e suas organizações;- Pela escala móvel de horas de trabalho! Diminuir a jornada de trabalho sem diminuição de salários, de maneira a que todos trabalhem;
- Pela escala móvel de salários! Conquistar reajuste de salários periódicos, sempre que a inflação atingir determinado índice a ser estabelecido pelos trabalhadores;- Expropriar o grande latifúndio, produtivo ou improdutivo;
- Expropriar a grande indústria, incluindo as agroindústrias e as empresas de exportação e importação;
- Fazer a revolução socialista instituindo o poder dos trabalhadores.